terça-feira, 16 de setembro de 2008

Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem!


"Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem". Êxodo, 14:15


Sabemos que o povo de Deus estava cativo no Egito e clamava por um libertador. O Senhor ouviu o clamor desse povo, como está escrito em Atos 7:34 : “Tenho visto a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-los".
Foi justamente o que aconteceu. Mas o povo ainda estava meio descrente que conseguiria escapar das mãos do faraó. Tinha medo de morrer no deserto. Moisés era o homem responsável em resgatar o povo de Deus, e sofria muito com a descrença do povo e clamava a Deus pelo livramento do Senhor.
O povo temia a faraó que, por muitas vezes havia voltado atrás na sua palavra em deixar o povo de Deus partir.
E meditando no texto acima vemos que:

Moisés estava clamando a Deus.

Clamar é certo. Mas existe, tempo para clamar e tempo para agir em nome de Jesus. Vou explicar melhor.
Muitas vezes estamos clamando, clamando, e não estamos agindo quando temos que fazê-lo.
Muitas igrejas estão orando pedindo um avivamento, ou pedindo uma solução para o Brasil, ou então pedindo pela conversão de pessoas, cidades e país. Mas não levantam uma palha para pregar o evangelho. Não pregam, não vivem, e nem contribuem financeiramente para que outros o façam.

O povo desde aquela época estava acostumado a “ter tudo à mão”, tudo tinha que cair do céu. E ainda hoje essa “preguiça evangélica” continua. Mesmo sabendo que já desceu do céu aquele que nos daria e nos garantiria a vitória, a saber, Jesus.
Àqueles o Senhor havia garantido a vitória, mas ao povo ainda cabia marchar e seguir em frente.

Moisés se encontrava nessa situação. Tinha a vitória garantida por Deus, mas não tomava posse, continuava clamando. A hora de receber a benção havia chegado, Moisés e todo o povo estavam ainda chorando e clamando pela benção que o Senhor já havia dado.
O Senhor disse: por que clamas a mim? Dize ao povo que marche.
Foi como se Ele dissesse: Quer parar com essa choradeira e começar a andar para que as bênçãos aconteçam. Levante, ande, eu te guiarei. Mostrar-te-ei para onde deve ir, como irá, e com quem irá.

Às vezes vemos um grande problema à frente e clamamos a Deus para que nos responda, mas, ficamos parados esperando que o Senhor faça tudo.
Eu creio que Deus faz a parte que lhe cabe, mas a nossa, nós temos que fazer. Afinal hoje somos o corpo de Cristo e é por esse corpo que Cristo age na terra, nos capacitando por intermédio do seu Espírito.

Certa vez disse Winston Churchil: "Deus, é Deus do impossível, porque o possível você pode fazer".
Levantemos! Vamos à luta! Batalhemos mesmo! Com vontade! Assumamos a responsabilidade que nos cabe. Chega de esperar cair tudo do céu, pois na maioria das vezes somos a resposta de nossas próprias orações. Ou seja, o realizar do desejo manifesto por nós em oração, muitas vezes está em nossas mãos, enquanto corpo de Cristo.

O que acontece quando eles começam a caminhar?

O faraó, como eles temiam, foi atrás deles para trazê-los de volta cativos. Mas o Senhor fazia separação entre o seu povo e os inimigos. O Senhor estava numa nuvem guiando o seu povo pelo deserto. Esta nuvem era, para o povo de Deus, uma luz guia.
Mas, para os egípcios era nuvem escura, ou de escuridade, como diz a Bíblia. E estava entre os dois povos, não permitindo que se aproximassem, para que o povo de Deus não se ferisse. E o Senhor continuou impedindo que os povos se encontrassem, até que o seu povo estivesse a salvo do outro lado do mar.

Deus lhes deu o livramento. Deus fez com que eles atravessassem aqueles momentos de dificuldades sem um arranhão, ilesos, mas só obtiveram essa vitória porque estavam caminhando, e não parados.
Creio que maravilhas acontecem aos que estão dispostos a por a mão na massa. E as coisas começam a acontecer quando o povo se levanta e cumpre o ide. Mas enquanto a igreja permanecer somente clamando sem nada fazer, sem obras, sem fazer diferença neste mundo, tudo irá de mal a pior e por culpa ou inoperância dos próprios cristãos.

Temos que tomar uma decisão. E pôr nossos pés na estrada. Sem temor, pois, veremos o livramento do Senhor e dia após dia as suas maravilhas. Pois o Senhor ia e vai à frente do seu povo!

Notamos também que esse povo passou por um momento muito difícil. Pois além da dificuldade, também era noite quando atravessavam o mar.

Imaginem o povo sendo perseguido e se deparam com um mar imenso a sua frente, e ainda por cima já era noitinha. Estavam sem saída! Atrás os inimigos e à frente o mar. Nem com a claridade do dia, podiam contar.

E realmente, é quando estamos na escuridão do mundo que devemos fazer brilhar a luz de Cristo em nós.
Diante das dificuldades que o sistema corrompido mundano nos apresenta, tudo é treva, e escuridão.

Parece que não vemos uma luz no fim do túnel, mas ela tem de estar lá. E essa luz somos nós, a igreja! Deus está lá conosco. E nos manda que continuemos andando e confiando nele que Ele nos livrará.

Moisés, que era o líder deste povo, entendeu isso. Confiou em Deus, e Deus não o decepcionou. Mandou que Moisés estendesse a mão e o mar se abriu. O povo atravessou a pé enxuto aquele mar. Aleluia!
É assim, na escuridão da dificuldade que vemos o livramento do Senhor.

Deus livrou o seu povo como havia dito. Mas, é mister que caminhemos e trabalhemos.
Se ficarmos parados lamentando, clamando, chorando e pedindo em vez de começar a trabalhar e cuidar desse mundo e da criação estaremos derrotados e conosco toda a criação.

E o que o Senhor já têm nos dado, (a saber, a possibilidade de fazer deste um mundo melhor manifestando o Reino de Deus,) nunca receberemos.
Deus nos dá a vitória, mas, levantemo-nos, coloquemo-nos a caminho. Vamos à luta, encaremos os problemas de frente sabendo que somos vencedores em Cristo Jesus, que venceu todas as coisas!

Mesmo que tudo pareça escuro, que estamos sozinhos, lembremo-nos que Deus está conosco, e que Ele não nos desampara nunca.
Creiamos no Senhor e vamos à luta. Há um mundo todo esperando pela ação dos filhos de Deus.

By Presbítero Fabricio Canalis

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