domingo, 21 de setembro de 2008

O amor restaurador


"Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros." João, 21: 15

Me preocupa muito o fato de que, quando cometemos algum pecado, o “acusador” nos vem encher a cabeça com coisas que nos ferem muito e que quase nos faz desistir.
É claro que Deus está atento para isso. Mas, às vezes passamos tempo demais parados nos lamentando, nos culpando, e nos sentindo “a pior das criaturas”; quando Deus está pronto para nos colocar de pé, para trabalhar. Há pessoas que ficam anos, nesta condição.

Aconteceu, quando pastoreava uma congregação no estado do Paraná, que uma irmã chegou a mim para aconselhamento. E no decorrer da conversa ela me confessou que já há alguns anos não participava da santa ceia, por causa de um motivo tão fútil, (pelo menos para mim).

Depois de orarmos, fomos para a Palavra de Deus. E Deus operou grandemente naquela vida. Pois Deus já a tinha perdoado há muito tempo. E creio que sofria vendo sua filha se culpar e sofrer daquela maneira, por algo tão tolo. Depois desse tempo juntos, conversando e orando, Deus restaurou essa mulher, que parecia outra pessoa. E eu via com que alegria ela voltara a participar da Ceia do Senhor.

É claro que nos sentimos culpados e tristes ao pecar. Mas isso não pode nos abater ao ponto de não conseguirmos seguir em frente em nossa caminhada com Jesus. Pelo contrário, isso deve servir para que sintamos cada vez mais, que somos totalmente dependentes de Deus, do amor de Deus, e de um Deus de amor.

Deus está sempre pronto a perdoar um coração sinceramente arrependido, que clama a Ele.

No texto, João 21:15-19, vemos Jesus Cristo perguntando a Pedro, por quantas vezes ele o negou, se ele O amava.

Esse foi um momento de cura na vida de Pedro. Imaginem um homem conhecido por seu temperamento forte, que andou com Jesus, e bebeu da água da sabedoria que Ele dava a todos os discípulos. Um homem que foi avisado pelo Mestre que O trairia, antes que o galo cantasse, por três vezes. E que a isso respondeu mais do que depressa: “por ti darei a própria vida”,(João 13:37b).

Imaginem também um homem que, ao tentarem prender Jesus, sacou a espada e cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, na ânsia de defender seu Mestre.

Agora imaginem, esse homem corajoso e valente, andando e acompanhando de longe seu mestre.
A valentia agora dava lugar ao medo de ser reconhecido como um dos que andava com Jesus.

Quantas vezes isso acontece conosco em nosso dia a dia?
Por quantas vezes, num momento desejamos ser fiéis por toda a vida, e logo depois estamos com medo de sermos reconhecidos como um dos que seguem a Cristo?

Quantas vezes deixamos que o fogo do Espírito diminua em nós, e nos aquentamos na fogueira do inimigo de nossas almas? Bem como Pedro fez.
E aí novamente vem o “acusador” que, pode ter todos os defeitos, mas uma coisa é certa; é muito competente no quesito, “acusar”.

Deus quer usar até mesmo nossos próprios erros, para que aprendamos com eles.

Li certa vez, que Deus usa nossos próprios erros em nós, como o jardineiro usa o esterco na planta, para que ela possa crescer de uma forma saudável.

Mas, isso quando deixamos de dar ouvidos ao acusador e deixamos o bálsamo do perdão de Deus, banhar nossa vida, e o Seu amor nos inundar, fazendo-nos sentir quão importantes e amados somos por Ele.

Talvez seja hora agora de parar, e pensar um pouco em sua vida com Deus. Se até agora você se sentiu tocado, pare e fale com Deus.

By Presbítero Fabrício Canalis

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