quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A "psiquè" de Cristo







Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder. Lucas 12:49


Depois de várias exortações e avisos, Jesus diz aos seus discípulos a frase acima.

Muitos já ouviram essa frase como se Jesus ameaçasse mandar fogo do céu para destruir essa terra, esse mundo que jaz no maligno.

Outros preferem dizer que seria o pentecostes que perdura ainda hoje na visão de alguns, onde o espírito de Deus seria o fogo que batizaria a terra.

Acredito no seguinte: Cristo se referia simplesmente a essa diretriz, essa visão que ele estava passando aos discípulos.

De cuidar do mundo, das pessoas, das criaturas, anunciando o Reino e manifestando o reino aos povos.

Onde a inversão de valores é de fundamental importância. Onde o dinheiro, as riquezas, as pessoas estão a serviço de algo maior, a saber o próprio reino.

Jesus até mesmo adverte aos seus discípulos quanto ao cuidado que devem ter para que não se percam dessa visão e após morrerem ainda a terem lançada no esquecimento.

(Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer).

A visão era espalhar o evangelho libertador e salvador por toda a terra de maneira que não houvesse mais necessidades que não fossem satisfeitas pelo próximo.

Onde uma terra seria batizada com o batismo do Senhor que é uma entrega tal ao próximo, capaz de consumir a própria vida em função dessa visão do bem estar do outro. Como foi o batismo de Cristo na cruz.

Na idéia de Jesus a terra arderia nas chamas dessa visão e o combustível a ser queimado seria o egoísmo e toda a concupiscência carnal que impede o ser humano de ser o despenseiro fiel que Deus deseja que seja.

Portanto não adianta ficarmos orando pedindo um avivamento, um derramar do Espírito, quando não há sequer uma fagulha dessa chama para arder em prol de toda a criação.

De que adianta o “pentecoste” atual, se nem sabemos que espírito somos. Achando que Deus falava, no texto acima, de mandar fogo para queimar os infiéis aqui na terra e poupar os bons crentes.

Se Deus mandasse fogo para queimar destruir os infiéis, não sobraria uma pessoa sequer.

O sonho de Deus é ver a terra e as pessoas consumindo e gastando suas vidas, posses e tempo, tudo visando o reino de Deus manifestado-o ao próximo.

Se fizéssemos isso em primeiro lugar, nem existiria primeiro ou segundo lugar. Pois Deus de nada deixaria faltar aos seus, pois cuidaríamos uns dos outros como sendo as próprias mãos do Altíssimo.

Jesus teve uma visão que comunicou aos discípulos e disse “quem dera já estivesse ardendo”. Essa chama ardeu nos apóstolos, mas se perdeu até chegar a nós.

E hoje essa frase dita por Jesus é pregada de forma distorcida afastando-nos ainda mais do sonho de Cristo em ver a terra ardendo em amor mutuo e recíproco.

É muito mais fácil ficar clamando ao Espírito Santo por um avivamento que nunca chega. E culpa-lo por isso. Afinal o avivamento não se dá porque o Espírito Santo não quer.

Que estorinha ridícula de pessoas que não querem se dispor a trabalhar e abrir mão de sua própria vida em amor à vida comum!

O fogo foi lançado em cada cura, cada ato ou palavra de Jesus e seus apóstolos. Agora o fazer arder depende de mim e de você.

Depende de cada um de nós ardermos essa mensagem libertadora do evangelho a todo canto do mundo. Cabe a cada um de nós o entregar-se e gastar-se em favor da vida.

E assim o fogo se espalha e um dia, com certeza um dia, o sonho de Cristo se tornará realidade: a terra toda arderá com o fogo do amor de Deus, consumindo todo egoísmo e todo individualismo burro e destrutivo.

Extirpando do meio do seu povo a falta de amor e cuidado com o outro.

Devemos nos lembrar sempre: O segredo não é multiplicar, mas sim partilhar!

By Presbítero Fabricio Canalis

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

E se não houver inferno?



Bom, para inicio de conversa vamos examinar as pistas que a Bíblia nos dá sobre o inferno.

“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. Mateus 10:28

Neste texto temos uma noção que se existe um inferno como “lugar de tormentos”, mas, esse sofrimento não será eterno.

Talvez depois que a pessoa terminar de pagar por seus erros, o sofrimento termine com a morte ou sua condenação à inexistência (veremos mais a seguir).

Pois, a verdade que o texto traz aqui é que; a alma (do grego é psuche, isto é, psique que significa mente ou pensamento, idéia, fé) e o corpo perecerão no inferno.

E perecer significa, segundo o Dicionário Silveira Bueno: falecer, acabar, findar, deixar de existir, morrer, ser assolado. Assim sendo se pode entender que a alma e o corpo serão condenados ao inferno onde se encontrarão com a inexistência, à morte, ao deixar de ser. E se o corpo e a alma deixarão de ser, não serão mais eternos.

“Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo”. Mateus 18:9

Novamente aqui a Bíblia nos dá uma idéia de sofrimento com fogo. Isso nos dá a entender justamente uma idéia de sofrimento, mas não eterno. Pois o fogo consome tudo o que toca. Portanto, um sofrimento que tem fim.

“E, se tua mão te faz tropeçar, corta-a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível” Marcos 9:43

Novamente aqui o inferno com fogo. Mas o que é inextinguível é o fogo. Pois a matéria que for para lá lançada, perecerá, ou deixará de existir sendo pelo fogo consumida.


“Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo”; 2 Pedro 2:4

Aqui temos uma discrepância, pois, como vimos nos textos acima no inferno há fogo e se há fogo não pode haver trevas.

Afinal as chamas iluminariam as trevas e as trevas não seriam trevas. Inferno no texto mencionado é a palavra tartarus que significa prisão.

Então abismo, trevas, inferno, é tudo um tipo de sinônimo ou uma forma superlativa de descrever o sofrimento e incutir o terror às pessoas. Sem contar que nenhum castigo pode ser infringido a alguém sem antes haver sido dada a sentença.

E sentença de castigo geralmente vem após o julgamento e de forma alguma o precede.

“E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra”. Apocalipse 6:8

Esse texto nos dá a impressão de morte por sofrimento. Ou então, logo após a morte ser lançado no local de sofrimento.

“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo”. Apocalipse 20:14

A morte e o inferno são condenados à inexistência, pela segunda morte. Pois, perde o sentido de ser não tendo mais a quem atormentar uma vez que as almas e os corpos foram consumidos pelo fogo.

Novamente vem o sentido de um tempo de sofrimento determinado e depois a inexistência total. A segunda morte será a inexistência eterna. Enquanto os salvos gozam da presença de Deus, os condenados deixarão de existir.

Simplesmente não haverá lugar para os que não se enquadrarem ao tipo de vida que Deus escolheu para essa nação celestial. Então, não existirão mais.

Pois não haverá outro lugar destinado a eles, pela eternidade. O castigo maior será simplesmente não poderem existir no seio da Igreja de Cristo agora totalmente glorificada junto a Deus.

Será como se nunca tivessem existido enquanto que os salvos estarão se regozijando por todo o sempre. As pessoas jamais se lembrarão de quem provou da segunda morte, pois sua existência será extirpada, como se nunca houvera existido.

Muito bem, agora podemos chegar a uma conclusão. E é esta. Não importa se você crê ou não na existência do inferno como morte eterna, ou sofrimento eterno.

O que importa é: o que te move a ir de encontro a Deus? Pois, se o inferno não existe como lugar de sofrimento eterno, não pode ser tão mau assim. Dá até pra encarar fazer uns pecadinhos não crendo em Deus e em Cristo como única forma de salvação.

Ou então simplesmente negar a Deus e rejeitar sua salvação e se arriscar a não fazer parte do time que irá para o céu. Pois de repente até vale a pena “curtir a vida adoidado” e depois de uns tempos em sofrimento no inferno, deixar de existir.

O que não seria de todo mal se comparado a um sofrimento eterno.

Mas a pergunta persiste. O que te faz escolher crer em Deus e seguir por esse caminho?

Se for o medo do inferno, e eu consegui te deixar na duvida de que talvez não seja tão ruim quanto pregam, então, seu medo já não tem razão de ser.

Você já pode sair feliz da vida e aprontar um monte. Mas eu acredito que uma igreja madura não segue a Cristo por medo do inferno, senão já não é digna dele. Mas por amor a Deus.

Se você opta pelo caminho certo somente por medo de ser castigado, seu foco está errado.

E você incorrerá no erro de muitas pessoas que aterrorizadas pelos cristãos dos primeiros séculos se mantinham obedientes às ordens mais esdrúxulas e heréticas por medo da condenação ao inferno.

Eu lhes asseguro que Deus não está interessado em pessoas que optem por Ele por medo do inferno. Isso é uma afronta gravíssima que fere profundamente o coração do altíssimo.

Principalmente porque Ele sempre se nos revelou como Deus de amor. Ele não quer ser temido, mas sim amado. Não pretende ter seu povo sob seu domínio tirano, mas sim debaixo de sua graça e amor incondicional.

Devemos nos esforçar em alcançar maturidade espiritual e conhecimento próprio e de Deus para que possamos amá-lo cada vez mais pelo Pai amoroso, bondoso e paciente que é.

Agora, se para você não fez diferença nenhuma se o inferno existe ou deixa de existir. Se é eterno ou não. Se é lugar de sofrimento ou não. Se tem fogo ou não.

E mesmo assim você continua amando e caminhando em conhecer esse Deus maravilhoso, você está no caminho certo.

E afinal de contas, por que preocupar-se em saber se existe ou não um lugar onde não se pretende ir, ou estar um minuto sequer?

Ninguém caminha olhando para onde não se quer ir. Muito pelo contrário, só se mira naquilo que se deseja atingir. Caso contrário nunca se chegará lá.

“Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos”. Colossenses 3:15

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.

Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?

Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?

Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Romanos 8:28-39

By Presbítero Fabricio Canalis





terça-feira, 4 de novembro de 2008

A Igreja tem que morrer ( parte 3 )




“Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus”. Rom 6:10

A igreja tem que morrer, para nascer de novo e restaurar o caos que no mundo criado reina absoluto.

A igreja tem que morrer e nascer de novo para:

- Ocupar-se com sensibilidade com a natureza e ecologia, restaurando o que destruiu e usando de forma sustentável o que sobrou.

- Socorrer aos necessitados não como alguém importante dá uma esmola, mas como objetivo principal de frutificar por causa do novo nascimento.

- Para deixar o gueto no qual se confinou, e se misturar para ajudar a acabar com a sujeira do mundo. Deixar de ser uma igreja alienada.

- Para deixar de fazer acepção de pessoas por motivos como: crenças, cor, poder aquisitivo, aparência física, vestimenta, cultura entre outros exemplos.

- Em vez de criticar quem faz juntar-se a ele para fazer com mais eficiência e maiores resultados (ex. Greenpeace, Maçonaria, Rotary, Lions, e outros clubes de serviços e comunidades ou Ongs).

- Ser notada pelo serviço que faz para a uma comunidade que se torne imprescindível sua presença ali.

A igreja deve morrer e renascer para ter discernimento e buscar conhecimento saudável. Para que o louvor não saia apenas dos lábios, mas sim do coração como resultado de um profundo sentimento de gratidão a Deus por sua graça a nós dispensada.

Mas o que mais vemos nas igrejas e em programas de televisão são músicas sem uma letra ou mensagem definidamente cristã e até mesmo heresias são cantadas com toda a alegria.

Sem a menor consciência do que significa. Pois o povo carece de conhecimento bíblico e de Deus.
A igreja deve morrer e renascer para pregar um evangelho de transformação de vida.

Um evangelho verdadeiramente bíblico e não fantasioso e desfocado como o que tem sido apresentado hoje.

Há que se voltar aos ensinamentos apostólicos com interpretações contextuais e hermenêuticas observadas com aprofundamento para garantir a máxima fidelidade aos ensinamentos neles contidos.

A igreja deve morrer e nascer de novo para saber quando um pastor ou padre (líder religiosos) está preparado para assumir ou continuar a frente de um trabalho.

Ou quando está pregando heresias, ou vivendo de forma que não condiz com a ética cristã.

E não fechar os olhos a isto, mas sair em socorro desta alma que também necessita ser apascentada e orientada, para que possa ser útil novamente ao trabalho cristão, ou não.

Mas que essa condição pecaminosa e terrivelmente desastrosa não perdure e nem se prolifere no seio da igreja, contaminando os demais.

A igreja de morrer e nascer de novo para aprender a ser zelosa pelos seus, a ponto de não haver entre os cristãos quem necessite de algo.

Pelo contrario, que nisso haja abastança para socorrer os de fora dando assim um sentido para a igreja ainda viver aqui na terra.

E finalmente a igreja tem que morrer e nascer de novo para viver para Deus.

E viver para Deus significa continuar a obra de Cristo. Significa ser igreja de verdade, fazendo a diferença aqui na terra.

Viver para Deus significa viver para fazer a Sua vontade, da maneira que Ele ordenar para que Seu nome seja glorificado.

Viver para Deus significa viver para glorificar o nome de Deus em todos os momentos e em todos os lugares.

Viver para Deus significa ser Igreja. E ser igreja significa viver para Deus.
“Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus”. Rom 6:10
By Presbitero Fabricio Canalis

A Igreja tem que morrer ( parte 2 )



“...e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis...” Colossenses 1:20 a 22


Ao ser crucificado Cristo expôs toda potestade e principado envergonhando-os. A igreja adora usar essa frase para dar uma conotação de que a batalha espiritual foi vencida, os demônios derrotados e o Diabo humilhado.

Mas principados e potestades são domínios humanos e não espirituais. Pois no Reino espiritual não há principado, nem potestades, nem demônios, ou um ser Diabo que domina as trevas.

A verdade é que Jesus é Senhor absoluto! Tanto de luz, de trevas, de anjos, de humanos, do bem, do mal.

Quer dizer que Jesus é o Senhor das trevas e do mal então?
Sim! A bíblia diz que sim!

I Coríntios 8: 5 e 6 “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”.

E em corintios 15:27 diz: “Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou”.

Agora se todas as coisas estão subordinadas a Cristo, o que sobrou a outros?
Nada! Esse texto deixa bem claro que Cristo é senhor absoluto de tudo.

Não havendo então outros senhores que se equiparem ou se comparem a ele.

Mas o que então foi humilhado e exposto lá na cruz?

Toda a sabedoria e justiça humanas que não souberam reconhecer o justo sofrendo a pena de malfeitor.

“...e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”. Colossenses 2:15

Todo principado (governo) humano, e toda sabedoria, senso de justiça e conhecimento de Deus, foram expostos e humilhados publicamente, quando o Filho de Deus foi confundido e morto como um bandido da pior extirpe.

Jesus não foi envergonhado na cruz, mas sim os governos (principados), lideres políticos e espirituais da época (potestades) que não puderam, apesar de toda sua pompa, sabedoria e autoridade, reconhecer o justo sendo castigado na morte pela cruz. Essa é a grande vergonha!

Por isso a igreja tem que morrer. Pois não há como ter esse discernimento espiritual se não vir de Deus.

E Deus só dispensa seu Espírito a quem nasceu de novo. Mas para nascer de novo, deve antes morrer para toda sabedoria e concupiscência carnal.

Morrer para deixar de fazer parte desse sistema corrompido pelo pecado. Crucificando esse mundo de ardil carnal em favor do novo nascimento espiritual.

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.
Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura”. Gálatas 6:14 e 15.

A igreja tem que morrer para saber discernir o certo do errado, num mundo de sutilezas malignas e para que possa produzir frutos de uma igreja regenerada.

Por exemplo: qual o papel da igreja diante das misérias humanas, das mazelas da natureza, e do sistema político-social corrompido?

Não seria fazer a diferença?
E é o que tem acontecido?

Ou algumas igrejas ainda se somam ao gigante sistema capitalista cruel e grande incentivador da classe burguesa em detrimento das classes menos favorecidas.

As igrejas hoje, muitas delas, desfocaram do alvo principal (os marginalizados, fracos e oprimidos) para favorecer os que têm privilégios políticos, riquezas, “status” de pessoa importante.

E quando olham para os esquecidos, não é com outro motivo senão multiplicar-lhes as mazelas, tirando deles até o pouco que tem. E o pior usando para tal, o nome santo de Jesus, que morreu por estes pequeninos.

É vergonhoso para a igreja se encontrar nessa situação tão deplorável.
Vejamos esse texto em Apocalipse capitulo 3 versos 14 a 19:

“Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!

Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te”.

Impressionante como esse texto fala tão claramente a um grande número de igrejas da atualidade! E a igreja só encontrará o ouro refinado, vestiduras brancas, e colírio para que possa ver se for de encontro à cruz de Cristo.

Somente através de um novo nascimento isso é possível. Quantas pessoas há que tem cargos importantes na igreja, são até mesmo pastores, mas não fazem parte da nova criação de Deus.

Afinal isso tanto é verdade que a carta acima é endereçada ao pastor da igreja. E vemos também no texto a seguir:

“Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem.

Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá.

Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos;

árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre”. Judas 1: 10 a 13.

A igreja tem que morrer e nascer de novo para poder combater esses engodos servos de satanás, através de uma pregação idônea e prática do evangelho de Jesus.

Através de ações incisivas e amorosas a quem delas necessitam. Ao invés de mostrar uma igreja de poder em manifestar sinais e prodígios, mostrar uma igreja capaz de se compadecer e socorrer os necessitados.

Pois esse é o maior sinal que a igreja poderia fazer. Se tornar uma instituição indispensável para a manutenção da vida, ordem, e paz na terra.

Uma igreja santa, irrepreensível, unida, justa e trabalhadora.

Uma igreja capaz de manifestar a justiça divina, amar, dar em vez de receber.

Uma igreja capaz de mostrar na vivência dos seus membros a graça restauradora e niveladora de Cristo.

Pois em Cristo não há “judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:28).
By Presbitero Fabricio Canalis

A Igreja tem que morrer ( parte 1 )


“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram”. 2 Corintios 5:14

Muitos já ouviram dizer que Cristo morreu na cruz, para que nós não precisássemos morrer.

De certa forma isto está correto, pois fisicamente ninguém mais precisa ser crucificado ou morto para pagar seus pecados. O sacrifício já foi feito por Jesus e bem feito, pois se encerrou nele toda forma alternativa de expiação de pecados.

Mas, no âmbito espiritual não é assim. Se Cristo morreu na carne em nosso lugar nos poupando dessa terrível morte, a cruz tem uma função espiritual.

Pois, todos têm que passar por ela. Cravando nela o espírito mundano, egoísta, egocêntrico, todo um modo de ver, sentir, pensar e agir pautado pelo sistema corrompido pelo pecado no qual vivíamos antes da cruz.

Se não formos para a cruz e não deixarmos cravado nela o “eu terreno”, o "eu espiritual" nunca nascerá. Afinal o próprio Jesus disse: “... Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3).


Vamos examinar mais detalhadamente este texto de João capitulo 3: 1 a 7, no qual está escrito:

“1 Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.

2 Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.

3 A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.

4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?

5 Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.

6 O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”.

Muito bem! Transcrito o texto vamos examiná-lo detalhadamente.
Nicodemos é um judeu de grande importância e renome, assim como a igreja de hoje.

Mas não sabe o que significa nascer de novo, assim como a igreja de hoje. Então Nicodemos pergunta: "como pode um homem voltar ao ventre e nascer segunda vez?" No que acode Jesus: "o que é carne é carne". Ou seja, você já nasceu da água, quando nasceu.

Pois, na placenta fica envolto em líquidos amnióticos e quando ela se rompe e nasce a criança, acontece o primeiro batismo.

O batismo do nascimento carnal se dá no ato do nascimento celebrando a vida da carne que acaba de acontecer. É o milagre da vida. É a carne ganhando o primeiro sopro de vida o Ruah de Deus e portanto é alma vivente.

Mas se já houve o nascimento da água, falta agora o novo nascimento. O nascimento do Espírito. É desse nascimento que Jesus fala a Nicodemos. E aí meus queridos... só indo para a cruz.

Ao morrer na cruz Cristo não nos isentou dela, mas nos deu o exemplo. Mostrou-nos o caminho, sendo ele próprio o primeiro a morrer e ressuscitar. Só há uma maneira de nascer de novo: morrendo na cruz seguindo o exemplo de Cristo.

Deixando lá toda nossa natureza mundana, carnal e terrena. Vamos analisar Romanos 6.

“3 Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?

4 Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.

5 Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,

6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do pecado”.

Ora o batismo de Cristo já não é mais batismo de água, e sim batismo de cruz. Pois o batismo de água significa vida carnal, mas o de cruz; morte da concupiscência carnal para ter acesso à vida espiritual.

Portanto o batismo de Cristo é batismo de morte da carne, porquanto quem morreu está justificado, quem não morreu...

Por isso digo a igreja tem que morrer!

A igreja tem que passar pela cruz de Cristo. E isso não acontece! Ao contrário! Só se fala de boa vida, de coisas terrenas como: prosperidade, imunidade a doenças, vitória, mais que vencedores, cabeça e não cauda, entre outros chavões bíblicos e evangélicos que todos já ouvimos inúmeras vezes.

Mas ninguém fala de morte e morte de cruz.

Ninguém quer saber de morte de cruz. Só das bênçãos, maravilhas e sinais. Por isso tantas igrejas cheias de gente desesperada por sinais sendo enganadas e roubadas por homens que falam cheios de sabedoria carnal que enriquecem a custa de ignorantes. Em 1ª Coríntios capitulo 1 e versos 17 e 18 diz o seguinte:

“Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus”.

Não é o que acontece hoje? Isso não é novidade! Paulo já advertia o povo de Corinto quanto à busca dos judeus por sinais e a busca dos gregos por sabedoria. Mas nenhuma coisa nem outra se podem ter sem passar pela cruz de Cristo.

E homens com sabedoria carnal tiram proveito disso para pilhar e saquear esse povo sedento.

No livro de Filipensses capitulo 3, versos 18 e 19 consta o seguinte:

Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo.

O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.

Outras pessoas dão tanta importância a quantidade de água e formas (aspersão, efusão ou imersão) do batismo que figura a morte e ressurreição em Cristo, mas nenhuma importância dão a cruz.

Inclusive o símbolo do cristianismo protestante é a cruz vazia. Quando na verdade ela não deveria estar. E também não deveria ter a figura de Jesus nela pregada. Mas na cruz deve estar o nosso eu.

Cada um de nós deve ver a si próprio na cruz. E não só ver, mas entregar a si próprio sempre que se fizer necessário. Jesus disse: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” .Lc 14:27

Jesus diz que aquele que não tomar sua cruz seguir seu exemplo, não pode ser seu discípulo. “Seguir após mim” tem o sentido de seguir o exemplo, seguir pelo mesmo caminho. E o caminho que Jesus seguiu o levou a morte de cruz. Não está claro isso?

“...a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz”. Filipensses 2:8

Todo o escrito que era contra nós foi cravado na cruz. É como se Cristo tivesse comprado o bilhete de entrada e deixado na portaria. Ao chegarmos à cruz veremos nosso escrito de divida lá. Pago!

Portanto só resta entregar a ela o homem carnal (no sentido de escravo da concupiscência carnal), para que o espiritual possa nascer.

“...tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” ;Colocensses 2:14

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. 2 Corintios 5:15
By Presbitero Fabricio Canalis

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O trono da graça é de graça!








"Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." Hebreus, 4: 16


Antigamente havia um sacerdote que orava e intercedia pelo povo. E uma vez por ano ele entrava no santo dos santos, (amarrado com uma corda, pois, se caso estivesse em pecado a santidade de Deus o fulminaria e então seus servos puxariam o morto para fora do santo dos santos) para interceder pelos pecados do povo.

E também se costumava fazer sacrifício para que a ira de Deus fosse aplacada e os pecados fossem expiados ou encobertos.

Essa antiga função do sacerdote e os sacrifícios que deveriam ser feitos naquela época, não tem razão de ser hoje. Mas ainda assim muitas pessoas não se aperceberam disso.

Continuam crendo que precisam fazer algo para aplacar a ira de Deus e serem merecedores da sua graça (o que por sinal é uma grande incoerência, pois graça é dom imerecido).

Mas hoje temos uma novidade maravilhosa.
Temos um intercessor 24 horas por dia. Um sumo sacerdote que não dorme, não tira férias, não cobra nada, e não pede sacrifícios. Antes diz que: “Ide, pois, e aprendei o que significa: misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores”. (Mateus 9:13)

Isso deveria nos livrar de grandes e pesados fardos que nos fazem carregar.
À igreja pertence o papel de tirar esses fardos através da pregação “práxis” (que quer dizer na prática, na vivência do evangelho e não só com palavras) de um evangelho verdadeiro e sem distorções.

Mas o que vemos hoje é bem o contrário onde a própria igreja incentiva tais sacrifícios, correntes disso e daquilo, promovem a disseminação do uso de amuletos tais como: água do Jordão, lenço ungido, sabonete que lava pecado, areia de Jerusalém, lasquinha da cruz de Cristo, pedrinha do tumulo de Jesus, chegando ao cúmulo de pregar que se o pastor limpar o suor em um lenço ele poderá ser usado para curar enfermidades como o apostolo Paulo.

Parece incrível, mas é verdade! Tem pastores fazendo esse tipo de coisa.
Ou então fazem com que pessoas genuinamente sedentas entrem numa espécie de feitiçaria que a controla e que a faz querer controlar outras pessoas, levando para que o pastor e sua equipe unja com um “óleo santo” peças de roupa fazendo com que a pessoa se converta (a essa igreja e não ao evangelho de Cristo) ficando cada vez mais dependente de amuletos, sinais e consequentemente do pastor e da igreja.

Esses “pastores” e essas “pseudo-igrejas” são como pescadores pescando com redes em local de preservação na época da piracema.

Uma vez vi uma cena que chamou a atenção. Era um documentário sobre a piracema. Os repórteres colocaram o barco em uma posição estratégica e começaram a filmar os peixes subindo o rio para a desova.
Eles pulavam fora da água num esforço tremendo para vencer a correnteza e subir rio acima para poderem procriar. Mas no caminho estava o barco e muitos dos peixes que saltavam fora da água acabavam caindo dentro do barco. Tornando essa uma pesca incrivelmente covarde e fácil, portanto ilegal e combatida pelo governo e pela própria população que depende da pesca para sobreviver.
Portanto a Piracema torna-se uma época em que os peixes praticamente pulam direto do rio para dentro do barco. É isso que as igrejas estão fazendo hoje. Aproveitam-se da injustiça social, das carências, e da falta de conhecimento bíblico para praticar essa covardia sem tamanho com uma maldade que deixaria o próprio Diabo envergonhado e se sentindo um incompetente.
Quando o povo entenderá que a salvação é de graça?

Até quando pessoas serão enganadas e usadas por essas “pseudo-igrejas” e pessoas inescrupulosas?

Hoje temos um sacerdote para interceder por nós. Um sem pecado, e com autoridade para tal missão. Esse alguém é Jesus Cristo. O sumo sacerdote que pode se compadecer de nós, das nossas fraquezas, porque foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas, sem pecado.

Não é necessário um pastor, ou padre, nem ninguém para que você encontre graça diante de Deus. Você pode ir diretamente a Deus em oração sincera.

Os pastores e as igrejas deveriam ensinar isso. Libertando o povo e não prendendo ainda mais, agora nas garras de uma igreja que se aproveita da fragilidade das pessoas para sugar o pouco de vida que lhes resta. São vampiros modernos que escravizam e transformando-as em zumbis (e não me refiro ao grande mito e líder negro Zumbi dos Palmares, mas, sim como mortos-vivos) para poder sugar pela eternidade.

Por isso é de responsabilidade de cada um encontrar uma igreja que pregue a verdade. E nisso o Espírito Santo e a leitura das Escrituras podem ajudar. Só eles podem ajudar a encontrar um lugar onde o evangelho é pregado e vivido em verdade. Onde o pastor não seja como descreve o texto em Judas 1:12-13:
“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre”.
Ou então como estes que o Senhor se refere no texto em Mateus 7:22-23 que diz o seguinte: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Lembremo-nos que fomos advertidos quanto ao tempo em que sucederia tudo isso.
Não devemos nos afastar e condenar a Igreja de Cristo. Mas tomar cuidado para não cair em ciladas de falsos profetas.

A Bíblia nos ensina a reconhecer a igreja que prega a verdade e nos alerta: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7:15-16).

Por isso só podemos nos achegar a Jesus confiando, que ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que precisamos. Só a Jesus e mais ninguém. Ele abriu o caminho e acabou com os intercessores entre Deus e os humanos, fazendo-se ele mesmo nosso único intercessor.

Podemos chegar junto ao trono da graça, por intermédio de Jesus. A fim de receber o socorro em tempo oportuno.

O tempo oportuno é hoje. Não porque Deus nos dá um prazo para o aceitarmos e passado o prazo ele nos encerrará no inferno castigando-nos eternamente. Mas, porque nós precisamos dele hoje. Enquanto estivermos aqui neste mundo sujeitos a todas essas intempéries desta vida, sejam injustiças sócias, má distribuição de renda, corrupção, insegurança, fome, miséria, doença, falta de amor, crimes contra: a pessoa, patrimônio, natureza, ou criação como um todo.

O tempo oportuno é agora porque necessitamos agora. E não no futuro. Não podemos viver somente com os olhos no futuro, quando não temos o básico para o agora.

Com isso não quero ser imediatista. Mas, devemos saber que há coisas que podemos ter agora, hoje e que amanhã não adianta mais. Sem perder o foco do amanhã, pois poderemos e devemos fazê-lo melhor.

E a igreja de Deus é reconhecida justamente quando atua neste mundo com o objetivo de atenuar os sofrimentos não somente dos humanos, mas de toda a criação. Para tanto cito o texto em Mateus 7:17 a 20:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”.

Assim é possível reconhecer quando uma igreja prega e vive a verdade do evangelho. E isso é necessário na época em que vivemos, pois a Bíblia nos alerta em Judas 1:4 dizendo: “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.

Essa era uma preocupação de Paulo, que se transformou em alegria ao saber que os colossenses permaneciam na graça e cresciam em espírito na verdade do evangelho descrito no texto seguinte:
“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade” (Colossenses 1:3 a 6).

A graça de Deus é para hoje. E com ela vem a salvação, e a consciência da responsabilidade de continuar a obra de Cristo, não a humanidade somente, mas, para com toda a criação.
Hoje podemos nos achegar junto ao trono da graça.

E é de graça, pois o preço foi pago por Cristo na cruz.
Só há um modo de recebermos ajuda verdadeira, socorro verdadeiro e de graça; clamando a Deus, em nome de Jesus o Cristo.

A Bíblia diz em Jeremias 33:3, "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes".

Está aí, portanto, a receita!

Em vez de perder tempo, e dinheiro, pedindo ajuda a quem não pode nos ajudar, invoquemos o nome do Deus. Ele pode todas as coisas, e a conta já está paga. Graças a Deus em Cristo Jesus!

By Presbítero Fabricio Canalis

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Transformando problemas em bênçãos





"No primeiro dia da semana estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo que devia seguir de viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até meia-noite.

Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde estávamos reunidos.
Um jovem chamado Êutico, que estava sentado na janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo, e foi levantado morto.

Descendo, porém, Paulo e inclinando-se sobre ele e abraçando-o disse: Não vos perturbeis que a vida nele está.
Subindo de novo, partiu o pão e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E assim partiu.
Então conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados". Atos, 20: 7 a 12


Fico pensando na alegria em ter o Apostolo Paulo pessoalmente falando a cerca do evangelho e as revelações divinas sendo ditas ao povo. Quando de repente o jovem Êutico adormece e cai da janela. Pronto estragou a noite. Acabou a alegria. Acabou a festa.

Não vou entrar no mérito de se o rapaz morreu mesmo, ou só desmaiou ou se foi milagre ou não. Vou me ater simplesmente ao fato de que naquele momento eles continuaram no mesmo espírito, ou seja, não perderam a fé.

Paulo cheio do Espírito de Deus, autorizado pelo próprio Cristo a fazer poderosos sinais, moveu-se de compaixão e agiu no espírito pelo qual pregava e revelava o evangelho ao povo. O apostolo mostra que na realidade o evangelho não é só palavra. Mas sobretudo ação. E então mostra que a fé de Cristo manifesta em nós é capaz do impossível.

Hoje já não podemos nos ater a essas manifestações de poder e sinais. Pois o maior sinal de Deus, o que era impossível ao homem, já foi feito pelo próprio Deus. Salvar a humanidade e fazer convergir em Cristo tudo e todos.

Hoje as manifestações de poder estão por conta da igreja.
Quando Cristo subiu ao céu, ele deixou a ordenança para que igreja fosse seu corpo aqui na terra. Também disse que coisas maiores do que ele fez, faríamos aqui, pois ele iria para o Pai. E nós ficaríamos aqui para sermos seus membros ativos no mundo.

E que coisas maiores seriam estas? Será que nós teríamos mais poder que Cristo?

Imagine uma igreja com milhões de membros espalhados por todo o mundo. Fazendo o mesmo trabalho que Jesus fez de pregar com ações.
Quantos famintos seriam alimentados, quanto a natureza iria ser cuidada e recuperada, quantos milionários estariam dividindo seus bens com os menos afortunados de modo que não haveria miseráveis e nem pessoas com mais posses do que pudessem usufruir, pense em um mundo sem fronteiras onde qualquer cidadão pudesse ir a qualquer lugar do mundo e ser tratado segundo as normas de tratamento para com o estrangeiro (com muita educação e dedicação total).
Todos teriam o suficiente para viver. Não haveria roubo, pois não haveria necessidade que não fosse suprida, não haveria inveja (pelo mesmo motivo), não haveria cobiça, não haveria fome, e todos se tratariam conforme gostariam de ser tratados.

Que sinal poderoso esse!
Pena que não foi feito! Em vez disso a igreja continua fechada em torno de si própria e quando acontece algo de ruim (um Êutico cai da janela), amaldiçoa a Deus ou então se questiona sobre sua fé ou a bondade e fidelidade de Deus. E questiona a Deus dizendo: onde estavas, ó Deus, quando tal coisa aconteceu?

Quantas vezes nos colocamos nas mãos de Deus para trabalhar e acontece alguma coisa que nos faz pensar: por que Deus permitiu isso se estou fazendo a obra do Reino?

Se fosse conosco o caso que aconteceu com Paulo, talvez ficássemos meio chateados com o próprio Deus por permitir que isso acontecesse conosco.
Exemplos: quantos missionários foram mortos? Quantas igrejas roubadas ou depredadas? Quantos filhos da igreja assaltados e estuprados ou mortos por balas perdidas? E tudo isso no trabalho do Reino!

Quantos já perguntaram: por que, Deus? Por que aconteceu isso justamente quando estava tudo indo tão bem?

Paulo também estava pregando, e advertindo as pessoas antes de sua partida quando, talvez pela fumaça de muitas lâmpadas, Êutico adormece e cai do terceiro andar e é tido como morto.
Era uma boa razão para Paulo reclamar com Deus, como muitas pessoas fazem. Mas em vez disso, Paulo não se deixa abater, pois confiava no Senhor. Abraçou o rapaz e disse: “Não vos perturbeis, pois a vida nele está”. Paulo aproveita essa “desgraça”, para mostrar o poder de Deus, que operava nele.

A desgraça, o motivo para reclamar e blasfemar contra Deus, transformou-se em uma oportunidade grandiosa de manifestação do poder de Deus.

E quanto às igrejas hoje? Temos sabido enfrentar esses desafios? Temos tido desafios?

Hoje é comum pessoas irem a uma igreja fazer correntes e quando demora muito para que seus pedidos sejam atendidos, mudam de igreja pois aquela não deve ter poder.
Quando o sermão demora um pouco mais a pessoa já começa a ficar impaciente, pois ela foi à igreja para buscar uma benção e não para ouvir exortação ou como tem que tratar seu irmão ou de seu compromisso com Deus e com a criação.

Naquele dia em que menciona o texto lido acima, Paulo pregou a noite toda. E as pessoas aproveitaram ao máximo.

É como quando se vai a um grande show. As pessoas ficam horas na fila para poder entrar, e às vezes dias na fila para comprar um ingresso. Tudo isso porque é uma oportunidade imperdível de ver seu artista preferido.

O mesmo aconteceu com aquele povo ao ter o privilegio de ouvir de Paulo oráculo de Deus naquele momento e já não acontece conosco ao irmos à igreja. Não temos essa alegria em saber e conhecer mais a Deus. Nem em ver nossos irmãos.

Talvez isso se deva ao fato que hoje a igreja tem a missão de trabalhar e exercer seu papel fundamental no mundo. Como ela não o faz, também não tem o prazer de congregar para contar o que tem feito e se alegrar diante de Deus por isso.

A maioria das igrejas sucumbiu diante de práticas pagãs e vergonhosas, do apelo do mundo por sinais.
Então as pessoas acham que estão corretas e no caminho certo em determinar que as bênçãos aconteçam e às vezes passam a dar ordens até mesmo a Deus. E deixam de notar e falar que o maior sinal já foi feito, a saber, Deus tornou possível a salvação da humanidade e a restauração de toda a criação.

Que ao passarmos por problemas semelhantes, possamos ter a certeza de que Deus é poderoso, pra transformar as “desgraças” em bênçãos. Basta crermos e estar atentos às oportunidades que o próprio Deus nos cria para a pregação do evangelho na “práxis”.

Uma boa idéia agora seria orar e pedir para que Ele nos ensine (a igreja) a aproveitar as situações desfavoráveis, em oportunidades para a glorificação do Seu Santo Nome.

By Presbítero Fabricio Canalis

domingo, 21 de setembro de 2008

O amor restaurador III


“Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres.
Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar acrescentou-lhe: Segue-me”. João 21: 18,19

Depois desse momento de restauração maravilhoso que Deus opera em nós, é que vem a parte em que somos desafiados novamente a seguir a Jesus.

Agora Cristo nos chama novamente, mas por quê? Será que o primeiro chamado não vale mais?
Em Romanos 11:29 está escrito: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Então não é isso.

Mas, Deus nos chama novamente para seguí-lo, para que sintamos o seu amor, para que sintamos que ele ainda nos quer, para que possamos ouvir de Sua própria boca, que Ele ainda nos quer para si, e que somos muito importantes para Ele.

Chama-nos novamente para nos mostrar que agora estamos capacitados, a amar um pouco mais, e isso é muito necessário para seguir a Cristo, para andar assim como ele andou, em amor e obediência.
Estamos mais capacitados agora para cumprir o 'ide', pois todo o caminho dessa vida com Cristo deve ser trilhado tendo como norte o amor de Deus, por Deus, em nós.

Com tudo que falamos aqui, até parece que todos os problemas do mundo seriam resolvidos com amor. Mas será que não seriam mesmo?
Se todos nós tivéssemos amando-nos uns aos outros como Deus gostaria que amássemos, será que muita coisa não seria diferente?

Será que se exercitássemos esse tremendo amor de Deus em nós, nosso mundo não estaria melhor?

Será que queremos demonstrar o amor de Deus aos mendigos, maltrapilhos, alcoólatras, viciados, prostitutas?

Não estou aqui, criticando você ou sua igreja, ou qualquer outra coisa, senão dizendo que por em ação esse amor é amar até mesmo pessoas que são totalmente diferentes de nós, e até mesmo marginalizadas. A quem, diga-se de passagem, Jesus dava prioridade em manifestar o Reino.

É só pensarmos, quando estivermos diante de uma situação dessas, que a pessoa com que estamos com dificuldades para amar, seja alguém próximo a nós; como nosso filho, filha, pai, mãe, etc...

Um exemplo disso, Mateus 8:2,3; “E eis que um leproso, tendo aproximado, adorou-o dizendo: Senhor se quiseres, pode purificar-me.
E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”.

Se nos colocarmos no lugar de Cristo e esse homem estivesse diante de nós, será que teríamos coragem de tocá-lo como Jesus fez? E se imaginássemos ser esse homem o nosso pai, ou irmão?
Mudou alguma coisa? É claro! Mudou tudo! Porque amamos o nossos pais, nossos parentes, e por amor teríamos coragem de tratar deles, por pior que fosse a doença.

Graças a Deus que é assim que Deus nos vê; Como a filhos. E assim mesmo nos ama, como um pai ama a seu filho.

Deus nos ajude a entender um pouquinho desse amor, ou do porque desse amor, e exercitá-lo, para que possamos cada vez mais ser aperfeiçoados nele. Sabendo que essa é a vontade de Deus para os seus filhos.

E que essa lição que Pedro aprendeu, e que vez ou outra voltamos a ela, é para sentirmos e sabermos que, apesar de todos os nossos erros e defeitos, Deus nos ama. E assim quer ensinar-nos a agir com as outras pessoas, da mesma forma. Lembremo-nos sempre de 1 Pedro 4:8 que diz: "Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados".

Eis um bom exemplo de oração:

Senhor nosso Deus, Pai de amor eterno, queremos Senhor que tu venhas ajudar-nos a mostrar mais e mais do teu amor. E assim fazendo, possamos cumprir a tua vontade, crescendo em amor, e manifestando ao mundo a essência do Deus Altíssimo: AMOR.

Que seja isso em nossa vida, verdade, e não falsidade, ou amor interesseiro.
Que o resultado desse amor em nosso coração e nossa vida, seja cumprir o teu chamado de 'segue-me', como foi com Pedro. Sendo um pilar, da missão, da pregação do evangelho, como Pedro. E sabendo que como Pedro, Paulo, e outros grandes missionários, não estaremos isentos de erros, e de pecar, ninguém está. Mas que mesmo assim, O amor é maior do que tudo, pois Tu és amor!

Que o Teu bálsamo restaurador seja derramado em nossas vidas todos os dias, juntamente com as tuas misericórdias que todas as manhãs se renovam.
Que Tu possas usar nossos erros e pecados, de forma que aprendamos e cresçamos, em vez de o acusador usa-los para destruir-nos.

Estamos em tuas mãos, tu bem o sabes, mas confessamos que somos teus. E que para ti queremos ser e viver eternamente.
Obrigado pelo teu amor!
Em nome de Jesus é que oramos, amém!

Presbítero Fabricio Canalis

O amor restaurador II




"Tornou a pergunta-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.
Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito pela terceira vez, tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as cousas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas." João 21: 16, 17

Jesus tem sempre o jeito certo de trabalhar com cada coração.
Pedro estava arrasado, a Bíblia diz que depois que o galo cantou e que Pedro percebeu que tinha se cumprido o aviso de Jesus, chorou amargamente.

Feliz é o homem que já experimentou isso. Sim feliz, porque pôde sentir o bálsamo do Senhor se derramar. E também porque pôde sentir por um momento a sua verdadeira condição diante de Deus. Condição terrível, de pecador, de não merecedor dos benefícios de Deus, de mesmo com todo o amor de Jesus, somos capazes de traí-lo, como Pedro.

Quem já experimentou isso, e se viu literalmente no chão chorando, clamando, gemendo, de arrependimento, nunca mais será o mesmo, depois da restauração de Deus.

Quando isso acontece conosco deixamos de julgar as outras pessoas, pois sabemos que podemos ser bem piores do que elas algumas vezes. Deixamos de nos preocupar um pouco com os outros, e cuidar um pouco mais de nós mesmos, para que não aconteça de novo de cairmos dessa forma.
Ficamos mais amorosos, pois experimentamos o amor incondicional e restaurador de Deus em nossas vidas.
E sabe, estou chegando à conclusão que um dos motivos pelo qual ninguém pode deixar de pecar, é justamente para não ter direito de julgar a quem quer que seja, pois esse papel é do Senhor dos senhores. Do Justo Juiz.

Quem já chorou amargamente de arrependimento, como Pedro, volto a afirmar, nunca mais será o mesmo depois da restauração de Deus!

Jesus começa a restaurar Pedro, fazendo-o se lembrar do seu erro. E esse é um processo doloroso, mas necessário.
Cristo coloca Pedro novamente em 'clima' semelhante ao do dia da traição. E diante da fogueira, Cristo pergunta: "Pedro tu me amas?"
Depois de cada resposta Jesus o designa para fazer algo pelo Reino.

Tenho isso como Palavra de Deus para minha vida. Cristo me perguntando: "Fabricio, tu me amas?" E chorando, lembrando dos meus pecados, digo: Sim Senhor, apesar de tudo, sabes que te amo. E então vem o bálsamo do Senhor, através da ordem: “apascenta as minhas ovelhas”.

Com isso eu creio que Deus nos mostra que só há uma condição para o seguirmos: se o amamos!

Estou cada vez mais seguro que essa é a chave para o Reino, o amor a Deus.

Isso não quer dizer que nunca mais vamos errar, novamente. Mas teremos um coração preparado, para amar, e transformado pelo amor de Deus.

Vamos examinar As Escrituras em 1 João 4:17-21:
“Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, nós somos neste mundo.
No amor não existe medo; antes o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
Nos amamos porque ele nos amou primeiro.
Se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão”.

A lição do amor é a mais importante, como vimos.

Para amarmos a Deus é necessário conhecê-lo. E para conhecê-lo é necessário conhecer-nos, pois Deus é o oposto de nós.

Vou explicar melhor:
Cada vez que conhecemos mais a Deus, conhecemos também a nos mesmos, pois Deus é luz. E diante da luz todas as obras são reveladas. Isso explica porque quanto mais consagrados e dedicados a Deus ficamos, mais temos noção dos nossos pecados.
Porque diante de Deus as nossas verdadeiras intenções são reveladas. Os nossos desejos, o nosso caráter, tudo isso se torna claro como o dia, diante da presença de Deus. E nem sempre gostamos do que vemos. Geralmente nos decepcionamos conosco, e às vezes nos perguntamos: Como Deus pode me amar assim?

E quanto mais nos conhecemos, mais conhecemos a Deus, pela sua capacidade de nos amar mesmo estando nós nesta condição de pecadores. Mesmo sendo nós ainda tão diferente dEle.

Mas, aos olhos de Deus, creio que não somos tão ruins assim. Pois Deus olha-nos através do sangue purificador de Cristo. É a única maneira de ver-nos, sem que sejamos aniquilados pela Sua santidade.

A Bíblia diz que o amor de Deus está em Cristo Jesus. E que nada poderá nos separar desse amor. É o mesmo amor que Cristo mostrou a Pedro, naquele momento.

Cristo perguntava a Pedro se ele o amava. Com isso demonstrou que amava a Pedro apesar de tudo, e que a única coisa que importava para Ele, era se Pedro o amava verdadeiramente.
E perguntou por três vezes para que Pedro, pudesse sentir que as três vezes que O negou, estavam sendo redimidas, pela manifestação do amor de Deus, e pela confissão de amor de Pedro.

Lembro-me agora de 1 Pedro 4:8 que diz: "Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados".
Vejo que era exatamente isso que Cristo estava ensinando a Pedro naquele momento. E que nos ensina quando nos encontramos nesta situação. Que amar é fundamental para que permaneçamos nele, e sejamos aperfeiçoados para o dia em que será manifesto a plenitude do que haveremos de ser.

"Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele tem sido verdadeiramente aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou"; ou seja em amor.(1 João 1:5,6)

Já não é importante se, às vezes, o pecado tem se mostrado forte em nós, e acabamos pecando e entrando no dilema de Paulo,(Rom. 7).

Prova disso está na Epístola de João, no verso 1 e 2, do segundo capítulo onde está escrito: “Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

Se você fechar os olhos nesse momento, e pensar nisso, e pensar no amor de Deus, será que pode ouvir Cristo perguntando a você, se o ama? Pare. Pense nisso. Eleve seu coração a Deus nesse momento. E ouça o Mestre chamar o teu nome, e fazer-lhe as três perguntas mais importantes da sua vida. Aproveite esse tempo, e chore, se derrame na presença do Senhor, e deixe que Ele derrame sobre ti o bálsamo, do perdão.

By Presbítero Fabrício Canalis

O amor restaurador


"Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros." João, 21: 15

Me preocupa muito o fato de que, quando cometemos algum pecado, o “acusador” nos vem encher a cabeça com coisas que nos ferem muito e que quase nos faz desistir.
É claro que Deus está atento para isso. Mas, às vezes passamos tempo demais parados nos lamentando, nos culpando, e nos sentindo “a pior das criaturas”; quando Deus está pronto para nos colocar de pé, para trabalhar. Há pessoas que ficam anos, nesta condição.

Aconteceu, quando pastoreava uma congregação no estado do Paraná, que uma irmã chegou a mim para aconselhamento. E no decorrer da conversa ela me confessou que já há alguns anos não participava da santa ceia, por causa de um motivo tão fútil, (pelo menos para mim).

Depois de orarmos, fomos para a Palavra de Deus. E Deus operou grandemente naquela vida. Pois Deus já a tinha perdoado há muito tempo. E creio que sofria vendo sua filha se culpar e sofrer daquela maneira, por algo tão tolo. Depois desse tempo juntos, conversando e orando, Deus restaurou essa mulher, que parecia outra pessoa. E eu via com que alegria ela voltara a participar da Ceia do Senhor.

É claro que nos sentimos culpados e tristes ao pecar. Mas isso não pode nos abater ao ponto de não conseguirmos seguir em frente em nossa caminhada com Jesus. Pelo contrário, isso deve servir para que sintamos cada vez mais, que somos totalmente dependentes de Deus, do amor de Deus, e de um Deus de amor.

Deus está sempre pronto a perdoar um coração sinceramente arrependido, que clama a Ele.

No texto, João 21:15-19, vemos Jesus Cristo perguntando a Pedro, por quantas vezes ele o negou, se ele O amava.

Esse foi um momento de cura na vida de Pedro. Imaginem um homem conhecido por seu temperamento forte, que andou com Jesus, e bebeu da água da sabedoria que Ele dava a todos os discípulos. Um homem que foi avisado pelo Mestre que O trairia, antes que o galo cantasse, por três vezes. E que a isso respondeu mais do que depressa: “por ti darei a própria vida”,(João 13:37b).

Imaginem também um homem que, ao tentarem prender Jesus, sacou a espada e cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, na ânsia de defender seu Mestre.

Agora imaginem, esse homem corajoso e valente, andando e acompanhando de longe seu mestre.
A valentia agora dava lugar ao medo de ser reconhecido como um dos que andava com Jesus.

Quantas vezes isso acontece conosco em nosso dia a dia?
Por quantas vezes, num momento desejamos ser fiéis por toda a vida, e logo depois estamos com medo de sermos reconhecidos como um dos que seguem a Cristo?

Quantas vezes deixamos que o fogo do Espírito diminua em nós, e nos aquentamos na fogueira do inimigo de nossas almas? Bem como Pedro fez.
E aí novamente vem o “acusador” que, pode ter todos os defeitos, mas uma coisa é certa; é muito competente no quesito, “acusar”.

Deus quer usar até mesmo nossos próprios erros, para que aprendamos com eles.

Li certa vez, que Deus usa nossos próprios erros em nós, como o jardineiro usa o esterco na planta, para que ela possa crescer de uma forma saudável.

Mas, isso quando deixamos de dar ouvidos ao acusador e deixamos o bálsamo do perdão de Deus, banhar nossa vida, e o Seu amor nos inundar, fazendo-nos sentir quão importantes e amados somos por Ele.

Talvez seja hora agora de parar, e pensar um pouco em sua vida com Deus. Se até agora você se sentiu tocado, pare e fale com Deus.

By Presbítero Fabrício Canalis

Senhor, salva-me!


"Mas, Jesus imediatamente lhes falou: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!
Respondeu-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.
E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.
Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!
E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?
Subindo ambos para o barco, cessou o vento.
E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: verdadeiramente és Filho de Deus!" Mateus, 14: 27-33


Jesus tendo falado à multidão mandou que os discípulos navegassem para o outro lado do mar, enquanto despedia a multidão. Feito isso, Cristo subiu ao monte para orar em particular. Tendo falado com o Pai, e já era de tardezinha, foi ao encontro dos discípulos no barco.

O barco já se encontrava no meio do mar, e era açoitado pelas ondas por que o vento era contrário. E já era noite quando Cristo chegou ao barco e o fez andando sobre as ondas.
Os discípulos vendo-o andar sobre o mar, ficaram assustados, e começaram a gritar: É um fantasma! Gritaram com medo mesmo. E Jesus imediatamente lhes diz: “Tende bom ânimo, não temais! Sou eu.”
Foi aí que Pedro então pediu a prova se era realmente o Mestre.
Pedro tem a coragem de descer do barco e enfrentar as ondas.

Hoje em dia não são muitas as pessoas que tem a coragem de estar nas mãos de Jesus dessa maneira. A ponto de, como Pedro, correr risco de vida para estar junto com Mestre e dele conhecer mais e mais.
Será que teríamos coragem de entregar a ele os nossos negócios, nossa família, até mesmo nossa vida?
Será que estamos dispostos a andar sobre as águas, para conhecer mais de Jesus? Sim porque é nas tempestades da vida, nas dificuldades do dia a dia, que o Senhor se revela a nós.
Será que temos a mesma vontade, aventureira, de conhecer mais de Jesus?

Observemos que o vento forte e as ondas conseguem pôr medo em Pedro, e desviar seu olhar de Cristo.

Esse é um exemplo típico do que acontece conosco diante de problemas que parecem não ter solução.
Quando tudo vai bem em casa, no colégio, no trabalho, no ministério, e estamos olhando para Cristo, beleza!

Mas, quando as coisas parecem ir de mal a pior, as tribulações chegam, e nem reconhecemos, ou vemos, ou sentimos o Senhor conosco, desviamos nossos olhos de Jesus e começamos a afundar. Afundamos em meio a tanta água, tantos problemas, tantas dificuldades.

Pedro naquele momento clama: Salva-me! Ele não se desviou do Senhor a ponto de esquecer que ele poderia e iria ajudá-lo.
Às vezes, é bem aí que erramos. Esquecemos de clamar a ele. Então nos enveredamos por caminhos desconhecidos, amargando derrotas e frustrações, que nos levam cada vez mais para o fundo.

Algumas pessoas e até mesmo crentes que conheci pelo mundo a fora, tiveram a insensatez de tanto desespero, procurar "curandeiros", ou então aquela "benzedeira que é uma benção!" Tem gente até que pede para fazerem um despachinho aqui outro ali. E acaba ficando sem saúde, sem paz, sem liberdade e sem dinheiro. Pois a galinhas mais caras que existem, são as usadas para fazer despacho. O mesmo acontece com as velas, etc. Bastam dois ou três despachinhos para que a conta no banco fique devedora, (se ainda restar conta).

Pedro não foi longe com sua própria força e antes que acontecesse o pior, clamou ao Senhor.
Jesus imediatamente tocando-o, o salvou.
Se Jesus está pronto a nos socorrer, por que demoramos tanto, algumas vezes, para pedir sua ajuda?
Pois da mesma maneira que Jesus fez com Pedro, ele imediatamente nos dá a mão e nos ajuda, nos pondo a salvo.

É certo que o inimigo fica ao nosso derredor, (ou melhor, dentro de nós mesmos, pois somos tentados por nossa própria concupiscência,) procurando uma oportunidade para nos tragar. Esperando que desviemos nosso olhar do Senhor. Mas também é certo que ao povo que clama por Jesus e por sua salvação se tornando povo de Deus, nunca poderá ser tocado pelo inimigo.

Nem as águas nos submergirão, nem o fogo nos consumirá. E, além disso, caminharemos por sobre as ondas e passaremos pelas fornalhas, clamando, glorificando e exaltando o nome do Senhor Jesus que vive para sempre! E que pode nos salvar da morte eterna.

Como fez Jesus com Pedro por haver clamado, fará também conosco e com todo o seu povo que clama e crê na sua salvação! Na salvação de Cristo.
Senhor, salva-nos!

By Presbítero Fabrício Canalis

Jesus veio para os oprimidos pelo pecado.


"...o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram, e a por sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para Sua glória". Isaías, 61;1-3

Sinceramente fico pensando, às vezes. Se Deus sabia de todos os meus erros, pecados, e defeitos, porque ele mesmo assim me escolheu?

Por que será que escolheu a Pedro? Será que Ele não sabia que Pedro iria negá-lo, quando o escolheu?

Ora parece-me bem claro que Cristo sabia, mas isso não fazia e nem faz a menor diferença. Pois esse problema de pecado, já está resolvido em Cristo. E Cristo sempre soube que havia encarnado, para trazer o Reino à terra, para implantar o Reino na terra.

Jesus veio mesmo atrás, é de pecadores. E encontrou um mundo cheio deles.
O que mais me impressiona é que Deus ama os pecadores. Efésios 2:4 e 5 diz:
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos nos deu vida juntamente com Cristo,- pela graça sois salvos”.
E Romanos 5:8; “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

Deus para manifestar o seu amor obrigatoriamente deveria amar algo diferente de si próprio. Pois amar ao “amigo é fácil, até os gentios fazem o mesmo”, e o que Deus fez foi provar-nos a sua capacidade de amar, amando alguém totalmente diferente de si próprio; o homem.

E pior ainda de entender, Ele se fez homem, para morrer no lugar do pecador e pagar o preço para tornar-nos possível, ser novamente, escatologicamente falando, imagem e semelhança de Deus.

“Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”.
Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora.
E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.
Porque na esperança fomos salvos. Ora esperança que se vê, não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?
Mas se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.”(Romanos 8:20-25)

É tão simples o fato de que não é necessário nada mais para sermos salvos, além de entender crendo, o sacrifício de Cristo.

Não estou defendendo que devemos pecar para sermos amados por Deus. Paulo nos adverte sobre isso em Romanos 6:1,2:
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?”

Com esses textos entendemos que teremos que enfrentar essa “tensão” até a manifestação daquele que é perfeito, quando então seremos iguais a ele. Como nos diz 1 João 3:2; “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é”.

Paulo tipifica muito bem essa “tensão”, em Romanos capítulo 7. Os versos 22 a 24 nos diz: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas, vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”

Isso é o que sentimos, quando na caminhada com Cristo. É essa tensão, que tanto nos incomoda.
Portanto Deus sabe muito bem, da nossa condição de pecadores.
Agora temos que entender que somos criaturas de Deus e que é opção dEle nos amar e nos escolher para sermos dEle para sempre.

“...Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas para envergonhar as fortes...;a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.(1 Coríntios 1:27-29)

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros...” (João 15:16)

Presbítero Fabricio Canalis

Santificados para estar no mundo


“Eles não são do mundo como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. João, 17: 16-19

Se não somos do mundo, como Cristo também não é, então estamos no caminho certo, mas permanecemos aqui. E precisamos de santificação, de luz para resplandecermos, precisamos da verdade. E Cristo diz que a palavra de Deus é a verdade. A única coisa que temos que é a palavra de Deus, ou que expressa a vontade de Deus para nós, é a Bíblia.

E para sermos santificados na palavra de Deus é necessário que a saibamos e que estejamos de acordo com ela, que é a verdade. Por isso, temos que ler a Bíblia, orar, e desenvolver uma amizade, um relacionamento com Deus de tal forma que Ele possa ter liberdade total para nos moldar, ensinar, lapidar mesmo, como Ele desejar. Assim poderemos estar mais bem preparados para ficarmos aqui nesse período de trabalho para o Reino. Afinal o próprio Cristo disse que nos enviou ao mundo, da mesma maneira que Deus o enviou.

Essa afirmação implica em algo mais sério ainda. De que forma Deus enviou Cristo? Vamos pensar um pouco nisso?

Cristo veio para ser o Libertador, o Redentor do povo de Deus. Mas acontece que Deus o enviou com uma cosmovisão muito diferente, ou seja, Cristo via as coisas sob a ótica de Deus. Pois o povo esperava um rei e um libertador; guerreiro, político, como nos tempos de Gideão. Mas, Deus o enviou para implantar um reino de justiça e de graça, com um olhar cheio de amor, libertando o povo das garras e da escravidão do pecado. Com valores diferentes, valores que traziam os pobres, os oprimidos, os marginalizados, os perdidos, em posição preferencial para a manifestação do Reino de Deus, que se inaugurava naquele momento em que Cristo encarnava (e o verbo se fez carne e habitou entre nós), como filho de Maria.

Cristo não foi enviado com pompas, mas com simplicidade de uma pomba. Não julgando nem quando para isso era tentado. Veja o exemplo da mulher pega em flagrante de adultério. Jesus pergunta onde estão os teus acusadores, ao que ela responde que todos haviam ido embora e que ninguém a condenara. Lembram-se do que Cristo respondeu? Ele disse: Nem eu te condeno! Por quê?

Em João 3:17 está escrito: " E Deus não enviou seu Filho ao mundo, para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".

Seria muito saudável para o crescimento do Reino, se parássemos com essa mania de julgar as pessoas, e ao invés disso, agir com amor e misericórdia como aliás, Jesus nos ensinou com tantos exemplos até mesmo para com cada um de nós.

Deus enviou Cristo ao mundo para trazer a verdade, para manifestar o Reino com poder. Cada vez que Jesus fazia algum milagre, ele simplesmente estava comprovando com ações e fatos, que o Reino estava sendo instaurado. Quando matava a fome do povo estava mostrando que o Reino de Deus é um reino de poder, graça, e sobretudo de amor. E se somos parte desse reino, temos que entender isso, e também praticar isso. Como? Amando ao próximo como Jesus fez.

Cristo manifestava o Reino com uma autoridade tremenda que vinha do Pai. E assim fomos também enviados por Cristo.
Vejamos Mateus 28:18-20 “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

Você crê que esse envio é para você, e é para mim, hoje em dia?

Então tomemos posse dessa autoridade e mãos à obra.

E cumprir esse "ide", é muito mais do que simplesmente falar da boa nova, é fazer discípulos.
É ensinar as pessoas, os novos convertidos a guardar os ensinamentos de Jesus. Isso implica em dar testemunho de vida. Dar exemplo, ensinar com nossos atos e nossa vida diária. O que é muito difícil hoje, pois os cristãos estão muito ocupados cuidando e vigiando da vida dos outros, e apontando os erros alheios, que já não têm tempo para as coisas “de menor importância” como: exercitar a misericórdia, compaixão e fazer novos discípulos de Cristo.

Não quero dizer que dar testemunho diário e exemplo, é viver sem nunca errar, sem nunca passar um cheque sem fundo, ou até mesmo sem nunca adulterar.
É simplesmente estar nas mãos do Senhor atento à sua vontade, ao seu Santo Espírito. E reconhecer quando errar, pedindo perdão e ressarcindo aos prejudicados pelos seus danos. Assumindo as conseqüências dos seus atos e se responsabilizando.

Um exemplo de bom testemunho é o de Zaqueu, que prometeu restituir quatro vezes mais a todos que tinha lesado.
É não ser hipócrita, acusador, cego, e juiz, como Jesus detestava. Vamos verificar isso na Bíblia. Mateus 7: 1 a 5;
“Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o critério que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

Quero também deixar claro que não defendo cristão caloteiro, e adúltero, mas Cristo é quem deve julgar isso e não eu, ou você. O máximo que podemos fazer é, com amor e misericórdia, exortar uns aos outros visando à correção.

O que faríamos a Davi quando cometeu adultério e logo depois assassinato?
E por favor não me venha com essa conversa de que era plano de Deus. Davi revelou-se um tremendo pecador quando cometeu adultério e homicídio. E errou de novo tentando esconder seu erro, cometendo outros. Mas maior testemunho deu Davi, quando se apercebeu do que tinha feito e diante de todos se prostrou aos pés do profeta Samuel confessando seu pecado a Deus. Nesse momento o rei se humilha diante de todos, e reconhece o seu pecado, e pede perdão a Deus. O profeta lhe responde como boca de Deus, que Ele já o havia perdoado.

Deus sabe que não vamos viver aqui sem cometer nenhum erro. E Ele não se importa com isso pois é poderoso para perdoar, e amar-nos apesar de pecadores. Mas, o que Deus quer é sinceridade. Um coração sincero, como o de Davi, que depois de tudo o que aprontou, ainda é conhecido como “o homem segundo o coração de Deus”. E como já foi dito: “Davi foi um homem segundo o coração de Deus, apesar de Davi, por causa daquilo que Deus é.”

By Presbítero Fabrício Canalis

O cristão no mundo


“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós". João, 17: 9, 11


Vemos claramente Jesus Cristo dizendo, ou melhor, orando ao Pai. Ele diz que não pediria mais pelo mundo. Mas por quê? Será que Cristo depois de andar por aqui perdeu a esperança? Será que estava tão magoado por não ter sido reconhecido e aceito pelo mundo que desistiu de rogar por ele ao Pai?

Tenho a certeza de que Cristo não rogaria mais ao Pai pelo mundo, porque o mundo agora tinha alguns milhares de cristãos, que deveriam não só rogar ao Pai, mas também levar o resplendor da luz de Cristo a todos os cantos onde houver uma criatura a ser alcançada pela graça de Deus.

Mas Cristo disse que rogaria pelos que são seus. Ou seja os cristãos de todas as épocas. Mas por quê?
Talvez porque Cristo sabia que iriam se acomodar, e que fariam diferença, ou acepção de pessoas, para pregar o evangelho.

Será que Cristo sabia que os homens e mulheres que o seguiram e com ele aprenderam, mesmo tendo vivido com o mestre, ainda assim seriam capazes de negá-lo diante do perigo, de perseguir outros cristãos e até matá-los só porque pensavam diferente ante a ganância, ou alguns detalhes e doutrinas de homens?

Creio que Cristo continuaria a rogar pelos que Deus deu a ele por esses e outros motivos, e com certeza uma coisa que deve fazer parte das conversas entre Cristo e Deus é o costume dos cristãos de julgar e criticar uns aos outros, ao invés de trabalhar pelo Reino.
Me sinto melhor sabendo que Cristo roga ao Pai por todos esses motivos e ainda coisas que nem sabemos.

À igreja cabe o papel de pregar o evangelho a toda criatura. E pregar não é simplesmente falar até se transformar em um cara chato que ninguém mais convida para sua casa. É viver o evangelho de modo que toda a criatura possa ser beneficiaria de bênçãos através de nossa vida. Existem pessoas que não querem saber de Cristo, mas que aceitariam um prato de comida ou um cobertor, de um cristão
Eu creio que Cristo continua rogando ao Pai por mim e por você. Para que não desistamos quando somos tentados e acabamos sucumbindo diante de tão deliciosa, pecaminosa, e desastrosa concupiscência da carne.

Lembro-me de Paulo o apóstolo de Cristo, quando disse: "miserável homem que sou", pois batalhava contra os desejos do pecado, e algumas vezes perdia, reconhecendo que era impotente diante do pecado que nele habitava. Mas Paulo sabia que Cristo estaria rogando ao Pai por ele, e que por isso Deus estaria colocando-o de pé novamente para trabalhar.

E nesta hora é bom entendermos de vez que: Deus zela por nós, e que nunca desistirá de nós, porque somos dEle. Somos de Deus e nada e nem ninguém jamais poderá mudar essa verdade. “Nem anjos, nem potestades, nem altura, nem profundidade, nem demônios, nem espada, ou a morte, poderá nos separar do amor de DEUS,” e nada poderá nos arrebatar da sua mão. POIS SOMOS DE DEUS!

Jesus menciona na sua oração também que iria para o Pai mas que nós continuaríamos no mundo. Ora isso é óbvio! Continuaríamos no mundo! E já vimos por que. Mas além disso Ele diz, “para que eles sejam um”.

Isso me faz pensar!

Realmente penso se temos sido um. Penso se tem acontecido essa unidade nas igrejas, e fora delas no dia-a-dia dos cristãos. Infelizmente não tenho visto unidade. Não nos padrões bíblicos.
Vejamos Atos 4:32
“Da multidão dos que creram era só um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo porém lhes era comum.”

Esse é o exemplo bíblico de unidade. Não só, o fato de reunir-nos num lugar e dizer que estamos lá em nome de Jesus. Ora se fossemos um, sentiríamos as dores uns dos outros, nos alegraríamos juntos, sofreríamos juntos, compartilharíamos nossas tristezas, mas também, o sabor de cada conquista. Talvez chorássemos ao ver as desgraças que acontecem com criaturas de Deus em toda a parte, pois saberíamos o que significa possuir o “fôlego da vida”.

Existem pessoas que se consultadas dizem que temos sido um como Cristo disse. Mas Ele disse: “para que sejam um, assim como nós”. Até hoje não fiquei sabendo que Cristo passou necessidade de algo que o Pai não tenha suprido. Inclusive a Bíblia diz que Deus criou todas as coisas por intermédio de Jesus e para Jesus. E até mesmo nós fomos dados pelo Pai a Jesus Cristo que nos entregou nas mãos de Deus novamente, antes de subir ao céu, até que do Pai, Jesus, nos enviasse outro Consolador.

É tão difícil entender que Deus nos amou antes de sermos salvos. Antes de sequer sabermos que Ele existia, já havia pensado em uma forma de nos redimir da condenação eterna.

Paulo, diz que em Cristo não há judeu, nem grego, nem servo ou escravo. Será que entendemos isso? Se entendemos mesmo, temos praticado isso? Não! Acho que não! Deixando a hipocrisia de lado, digo que ainda não!

Ainda há muitas coisas que nos impedem de viver essa união, essa unidade que Cristo deseja tanto para nós. E o legalismo e a hipocrisia são exemplos!

Vejo que Cristo tem como intercessor nosso junto a Deus, muito trabalho ainda.
E se pararmos para orar e conhecer um pouco mais de Deus e sua vontade para nós, já seria de grande ajuda.

By Presbítero Fabrício Canalis

Estar no mundo, sem pertencer a ele.


"Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu também não sou. Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal." João, 17: 14,15


Cristo aqui nos coloca frente a frente com um “inimigo”: o sistema corrompido do mundo caído.

Entendo essa passagem como se Cristo dissesse:
Pai! Não peço que os livre das provações, mas de sucumbirem nas provações.
Ou: não peço que os tire da fornalha, mas os proteja de serem queimados. Ou ainda: não peço que os livre da cova dos leões famintos, mas que feche a boca dos tais para que nada de mal sofram os teus filhos.

Estar num mundo que nos odeia, é como estar preso numa cova com leões famintos, prontos para nos devorar. É como estar numa fornalha, cercado por fogo ardendo de desejo por consumir nossa carne. E o melhor de tudo isso, sem que nada nem ninguém, possa nos ferir sem a permissão do Senhor de todas as coisas.

Já vivemos num sistema mundano hostil. Cheio de conseqüências do pecado, como: morte, doenças, fome, guerras, pobreza, mentira, homicídios, corrupção, e todos os males que vêm de dentro do coração do próprio homem, conforme disse o próprio Jesus.

Como não bastasse isso, o mundo, ou seja, todo esse sistema que funciona com idéias e parâmetros corrompidos pelo pecado, nos odeia porque já não pertencemos e não compactuamos mais com ele. E afirmar isso implica em compreender que nossas idéias, atos, vontades, nosso viver, e nós mesmos somos transformados a cada dia pelo Senhor.

E que “A carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer”, como está escrito na epístola de Paulo aos Gálatas, no verso 17 do capítulo 5.

Essa tensão é verdadeira e nos acompanhará até a consumação total da “Basiléia tou Theou”, ou seja do Reino de Deus. Quando então estaremos livres definitivamente da influência pecaminosa de satanás.
Enquanto isso estamos aqui no mundo mesmo que é o lugar mais certo para um cristão verdadeiro estar. Como a conclusão a qual chegou o próprio Cristo, não pedindo a Deus que nos tirasse do mundo, porque aqui é o nosso lugar, mas que nos guardasse do mal.

Mas por que afirmo que aqui no mundo é o lugar certo para um cristão estar?

Ora, onde mais um cristão poderia pregar a boa nova? Onde poderia desfazer as obras do diabo, com o poder e a autoridade que Cristo deu? Onde é que se põe a lâmpada, embaixo do alqueire?

Você pode dizer: isso é desculpa para escandalizar os irmãos, ou desculpa para ir em "certos lugares" e praticar "certas coisas". Mas gostaria de te dizer que:

Não haverá escândalo se considerarmos que:
Cristo escandalizou quando conversou com a mulher samaritana, sozinho na beira do poço de Jacó;
Quando permitiu que a prostituta Maria Madalena tocasse nEle, lavando o seus pés e beijando-os;
Quando entrou na casa de Zaqueu, comeu e bebeu com publicanos e cobradores de impostos;
Quando na festa de casamento transformou seis talhas de água em aproximadamente 500 litros de vinho da melhor qualidade;
Quando disse ao ladrão na cruz que ainda naquele dia estaria com Ele no paraíso, sendo que ainda não havia sido o ladrão, batizado e freqüentado nenhuma igreja evangélica.

Aí você pode me dizer: mas Ele era Deus, Ele podia.
Então eu digo que Isaías escandalizou andando três anos nu.
E que Oséias escandalizou casando-se com uma prostituta.
E você pode replicar dizendo que isso era plano de Deus.
E eu direi que o estar no mundo hoje e continuar até a volta de Cristo, é plano de Deus para mim, e para todo o cristão verdadeiro que está a serviço do Reino.
Que estaremos seguindo o exemplo de Cristo se procedermos dessa maneira.

Por isso é melhor pensar muito antes de falar em sair do mundo, em não estar mais no mundo, pois não pertencemos ao mundo mas devemos estar no mundo pois há ainda muitas vidas para serem salvas. E pregar a salvação em Cristo é exclusividade de cristão, pois o pregar foi negado aos anjos.

Quero dizer também que:
Qual é a vantagem de ser cristão no céu? Qual a vantagem de ser poderoso no céu? Qual a utilidade dos dons espirituais para um cristão no céu? Nenhuma! Nenhuma mesmo!

O céu, ou a Nova Jerusalém, é para os filhos de Deus. O mundo é o lugar para os cristãos, pregando a salvação em Cristo, conseguirem mais vidas, mais filhos de Deus, mais cidadãos celestiais. O mundo possui a matéria prima para a formação de filhos de Deus: seres humanos.

Também não precisamos usar desculpas de pregar o evangelho em uma boate para ter uma noite de farra. E não precisamos de desculpas ou justificativa nenhuma para pecar. Nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos justamente porque somos pecadores. E isto é um fato. E o melhor de tudo isso, Cristo veio e deu sua vida por quem senão pelos pecadores?

Se pecamos é porque somos pecadores ainda. Se somos pecadores ainda, glória a Deus, é sinal que continuamos precisando desesperadamente de Cristo para nossa salvação e nosso perdão.

E não foi pra isso que Cristo veio mesmo? Lucas 19:10 diz: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.

Segue abaixo um bom exemplo de oração:
Querido e amado Deus, ensina-nos a amar as pessoas que ainda não te conhecem e que ainda vivem segundo os padrões e sistema desse mundo corrompido, ao ponto de sentir-nos impelidos a pregar-lhes a salvação gratuita de Cristo. E que essa pregação não se dê apenas com palavras, nas com o gastar da própria vida nessa missão. Sem fazer-nos melhores do que eles, justamente por não o somos. E se há alguma diferença entre nós é porque tu já nos alcançastes com a tua misericórdia. O que deseja fazer com todos os teus. Em nome de Jesus, amém!

By Presbítero Fabrício Canalis