sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Transformando problemas em bênçãos





"No primeiro dia da semana estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo que devia seguir de viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até meia-noite.

Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde estávamos reunidos.
Um jovem chamado Êutico, que estava sentado na janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo, e foi levantado morto.

Descendo, porém, Paulo e inclinando-se sobre ele e abraçando-o disse: Não vos perturbeis que a vida nele está.
Subindo de novo, partiu o pão e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E assim partiu.
Então conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados". Atos, 20: 7 a 12


Fico pensando na alegria em ter o Apostolo Paulo pessoalmente falando a cerca do evangelho e as revelações divinas sendo ditas ao povo. Quando de repente o jovem Êutico adormece e cai da janela. Pronto estragou a noite. Acabou a alegria. Acabou a festa.

Não vou entrar no mérito de se o rapaz morreu mesmo, ou só desmaiou ou se foi milagre ou não. Vou me ater simplesmente ao fato de que naquele momento eles continuaram no mesmo espírito, ou seja, não perderam a fé.

Paulo cheio do Espírito de Deus, autorizado pelo próprio Cristo a fazer poderosos sinais, moveu-se de compaixão e agiu no espírito pelo qual pregava e revelava o evangelho ao povo. O apostolo mostra que na realidade o evangelho não é só palavra. Mas sobretudo ação. E então mostra que a fé de Cristo manifesta em nós é capaz do impossível.

Hoje já não podemos nos ater a essas manifestações de poder e sinais. Pois o maior sinal de Deus, o que era impossível ao homem, já foi feito pelo próprio Deus. Salvar a humanidade e fazer convergir em Cristo tudo e todos.

Hoje as manifestações de poder estão por conta da igreja.
Quando Cristo subiu ao céu, ele deixou a ordenança para que igreja fosse seu corpo aqui na terra. Também disse que coisas maiores do que ele fez, faríamos aqui, pois ele iria para o Pai. E nós ficaríamos aqui para sermos seus membros ativos no mundo.

E que coisas maiores seriam estas? Será que nós teríamos mais poder que Cristo?

Imagine uma igreja com milhões de membros espalhados por todo o mundo. Fazendo o mesmo trabalho que Jesus fez de pregar com ações.
Quantos famintos seriam alimentados, quanto a natureza iria ser cuidada e recuperada, quantos milionários estariam dividindo seus bens com os menos afortunados de modo que não haveria miseráveis e nem pessoas com mais posses do que pudessem usufruir, pense em um mundo sem fronteiras onde qualquer cidadão pudesse ir a qualquer lugar do mundo e ser tratado segundo as normas de tratamento para com o estrangeiro (com muita educação e dedicação total).
Todos teriam o suficiente para viver. Não haveria roubo, pois não haveria necessidade que não fosse suprida, não haveria inveja (pelo mesmo motivo), não haveria cobiça, não haveria fome, e todos se tratariam conforme gostariam de ser tratados.

Que sinal poderoso esse!
Pena que não foi feito! Em vez disso a igreja continua fechada em torno de si própria e quando acontece algo de ruim (um Êutico cai da janela), amaldiçoa a Deus ou então se questiona sobre sua fé ou a bondade e fidelidade de Deus. E questiona a Deus dizendo: onde estavas, ó Deus, quando tal coisa aconteceu?

Quantas vezes nos colocamos nas mãos de Deus para trabalhar e acontece alguma coisa que nos faz pensar: por que Deus permitiu isso se estou fazendo a obra do Reino?

Se fosse conosco o caso que aconteceu com Paulo, talvez ficássemos meio chateados com o próprio Deus por permitir que isso acontecesse conosco.
Exemplos: quantos missionários foram mortos? Quantas igrejas roubadas ou depredadas? Quantos filhos da igreja assaltados e estuprados ou mortos por balas perdidas? E tudo isso no trabalho do Reino!

Quantos já perguntaram: por que, Deus? Por que aconteceu isso justamente quando estava tudo indo tão bem?

Paulo também estava pregando, e advertindo as pessoas antes de sua partida quando, talvez pela fumaça de muitas lâmpadas, Êutico adormece e cai do terceiro andar e é tido como morto.
Era uma boa razão para Paulo reclamar com Deus, como muitas pessoas fazem. Mas em vez disso, Paulo não se deixa abater, pois confiava no Senhor. Abraçou o rapaz e disse: “Não vos perturbeis, pois a vida nele está”. Paulo aproveita essa “desgraça”, para mostrar o poder de Deus, que operava nele.

A desgraça, o motivo para reclamar e blasfemar contra Deus, transformou-se em uma oportunidade grandiosa de manifestação do poder de Deus.

E quanto às igrejas hoje? Temos sabido enfrentar esses desafios? Temos tido desafios?

Hoje é comum pessoas irem a uma igreja fazer correntes e quando demora muito para que seus pedidos sejam atendidos, mudam de igreja pois aquela não deve ter poder.
Quando o sermão demora um pouco mais a pessoa já começa a ficar impaciente, pois ela foi à igreja para buscar uma benção e não para ouvir exortação ou como tem que tratar seu irmão ou de seu compromisso com Deus e com a criação.

Naquele dia em que menciona o texto lido acima, Paulo pregou a noite toda. E as pessoas aproveitaram ao máximo.

É como quando se vai a um grande show. As pessoas ficam horas na fila para poder entrar, e às vezes dias na fila para comprar um ingresso. Tudo isso porque é uma oportunidade imperdível de ver seu artista preferido.

O mesmo aconteceu com aquele povo ao ter o privilegio de ouvir de Paulo oráculo de Deus naquele momento e já não acontece conosco ao irmos à igreja. Não temos essa alegria em saber e conhecer mais a Deus. Nem em ver nossos irmãos.

Talvez isso se deva ao fato que hoje a igreja tem a missão de trabalhar e exercer seu papel fundamental no mundo. Como ela não o faz, também não tem o prazer de congregar para contar o que tem feito e se alegrar diante de Deus por isso.

A maioria das igrejas sucumbiu diante de práticas pagãs e vergonhosas, do apelo do mundo por sinais.
Então as pessoas acham que estão corretas e no caminho certo em determinar que as bênçãos aconteçam e às vezes passam a dar ordens até mesmo a Deus. E deixam de notar e falar que o maior sinal já foi feito, a saber, Deus tornou possível a salvação da humanidade e a restauração de toda a criação.

Que ao passarmos por problemas semelhantes, possamos ter a certeza de que Deus é poderoso, pra transformar as “desgraças” em bênçãos. Basta crermos e estar atentos às oportunidades que o próprio Deus nos cria para a pregação do evangelho na “práxis”.

Uma boa idéia agora seria orar e pedir para que Ele nos ensine (a igreja) a aproveitar as situações desfavoráveis, em oportunidades para a glorificação do Seu Santo Nome.

By Presbítero Fabricio Canalis

domingo, 21 de setembro de 2008

O amor restaurador III


“Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres.
Disse isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de assim falar acrescentou-lhe: Segue-me”. João 21: 18,19

Depois desse momento de restauração maravilhoso que Deus opera em nós, é que vem a parte em que somos desafiados novamente a seguir a Jesus.

Agora Cristo nos chama novamente, mas por quê? Será que o primeiro chamado não vale mais?
Em Romanos 11:29 está escrito: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”. Então não é isso.

Mas, Deus nos chama novamente para seguí-lo, para que sintamos o seu amor, para que sintamos que ele ainda nos quer, para que possamos ouvir de Sua própria boca, que Ele ainda nos quer para si, e que somos muito importantes para Ele.

Chama-nos novamente para nos mostrar que agora estamos capacitados, a amar um pouco mais, e isso é muito necessário para seguir a Cristo, para andar assim como ele andou, em amor e obediência.
Estamos mais capacitados agora para cumprir o 'ide', pois todo o caminho dessa vida com Cristo deve ser trilhado tendo como norte o amor de Deus, por Deus, em nós.

Com tudo que falamos aqui, até parece que todos os problemas do mundo seriam resolvidos com amor. Mas será que não seriam mesmo?
Se todos nós tivéssemos amando-nos uns aos outros como Deus gostaria que amássemos, será que muita coisa não seria diferente?

Será que se exercitássemos esse tremendo amor de Deus em nós, nosso mundo não estaria melhor?

Será que queremos demonstrar o amor de Deus aos mendigos, maltrapilhos, alcoólatras, viciados, prostitutas?

Não estou aqui, criticando você ou sua igreja, ou qualquer outra coisa, senão dizendo que por em ação esse amor é amar até mesmo pessoas que são totalmente diferentes de nós, e até mesmo marginalizadas. A quem, diga-se de passagem, Jesus dava prioridade em manifestar o Reino.

É só pensarmos, quando estivermos diante de uma situação dessas, que a pessoa com que estamos com dificuldades para amar, seja alguém próximo a nós; como nosso filho, filha, pai, mãe, etc...

Um exemplo disso, Mateus 8:2,3; “E eis que um leproso, tendo aproximado, adorou-o dizendo: Senhor se quiseres, pode purificar-me.
E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo de sua lepra”.

Se nos colocarmos no lugar de Cristo e esse homem estivesse diante de nós, será que teríamos coragem de tocá-lo como Jesus fez? E se imaginássemos ser esse homem o nosso pai, ou irmão?
Mudou alguma coisa? É claro! Mudou tudo! Porque amamos o nossos pais, nossos parentes, e por amor teríamos coragem de tratar deles, por pior que fosse a doença.

Graças a Deus que é assim que Deus nos vê; Como a filhos. E assim mesmo nos ama, como um pai ama a seu filho.

Deus nos ajude a entender um pouquinho desse amor, ou do porque desse amor, e exercitá-lo, para que possamos cada vez mais ser aperfeiçoados nele. Sabendo que essa é a vontade de Deus para os seus filhos.

E que essa lição que Pedro aprendeu, e que vez ou outra voltamos a ela, é para sentirmos e sabermos que, apesar de todos os nossos erros e defeitos, Deus nos ama. E assim quer ensinar-nos a agir com as outras pessoas, da mesma forma. Lembremo-nos sempre de 1 Pedro 4:8 que diz: "Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados".

Eis um bom exemplo de oração:

Senhor nosso Deus, Pai de amor eterno, queremos Senhor que tu venhas ajudar-nos a mostrar mais e mais do teu amor. E assim fazendo, possamos cumprir a tua vontade, crescendo em amor, e manifestando ao mundo a essência do Deus Altíssimo: AMOR.

Que seja isso em nossa vida, verdade, e não falsidade, ou amor interesseiro.
Que o resultado desse amor em nosso coração e nossa vida, seja cumprir o teu chamado de 'segue-me', como foi com Pedro. Sendo um pilar, da missão, da pregação do evangelho, como Pedro. E sabendo que como Pedro, Paulo, e outros grandes missionários, não estaremos isentos de erros, e de pecar, ninguém está. Mas que mesmo assim, O amor é maior do que tudo, pois Tu és amor!

Que o Teu bálsamo restaurador seja derramado em nossas vidas todos os dias, juntamente com as tuas misericórdias que todas as manhãs se renovam.
Que Tu possas usar nossos erros e pecados, de forma que aprendamos e cresçamos, em vez de o acusador usa-los para destruir-nos.

Estamos em tuas mãos, tu bem o sabes, mas confessamos que somos teus. E que para ti queremos ser e viver eternamente.
Obrigado pelo teu amor!
Em nome de Jesus é que oramos, amém!

Presbítero Fabricio Canalis

O amor restaurador II




"Tornou a pergunta-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.
Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito pela terceira vez, tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as cousas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas." João 21: 16, 17

Jesus tem sempre o jeito certo de trabalhar com cada coração.
Pedro estava arrasado, a Bíblia diz que depois que o galo cantou e que Pedro percebeu que tinha se cumprido o aviso de Jesus, chorou amargamente.

Feliz é o homem que já experimentou isso. Sim feliz, porque pôde sentir o bálsamo do Senhor se derramar. E também porque pôde sentir por um momento a sua verdadeira condição diante de Deus. Condição terrível, de pecador, de não merecedor dos benefícios de Deus, de mesmo com todo o amor de Jesus, somos capazes de traí-lo, como Pedro.

Quem já experimentou isso, e se viu literalmente no chão chorando, clamando, gemendo, de arrependimento, nunca mais será o mesmo, depois da restauração de Deus.

Quando isso acontece conosco deixamos de julgar as outras pessoas, pois sabemos que podemos ser bem piores do que elas algumas vezes. Deixamos de nos preocupar um pouco com os outros, e cuidar um pouco mais de nós mesmos, para que não aconteça de novo de cairmos dessa forma.
Ficamos mais amorosos, pois experimentamos o amor incondicional e restaurador de Deus em nossas vidas.
E sabe, estou chegando à conclusão que um dos motivos pelo qual ninguém pode deixar de pecar, é justamente para não ter direito de julgar a quem quer que seja, pois esse papel é do Senhor dos senhores. Do Justo Juiz.

Quem já chorou amargamente de arrependimento, como Pedro, volto a afirmar, nunca mais será o mesmo depois da restauração de Deus!

Jesus começa a restaurar Pedro, fazendo-o se lembrar do seu erro. E esse é um processo doloroso, mas necessário.
Cristo coloca Pedro novamente em 'clima' semelhante ao do dia da traição. E diante da fogueira, Cristo pergunta: "Pedro tu me amas?"
Depois de cada resposta Jesus o designa para fazer algo pelo Reino.

Tenho isso como Palavra de Deus para minha vida. Cristo me perguntando: "Fabricio, tu me amas?" E chorando, lembrando dos meus pecados, digo: Sim Senhor, apesar de tudo, sabes que te amo. E então vem o bálsamo do Senhor, através da ordem: “apascenta as minhas ovelhas”.

Com isso eu creio que Deus nos mostra que só há uma condição para o seguirmos: se o amamos!

Estou cada vez mais seguro que essa é a chave para o Reino, o amor a Deus.

Isso não quer dizer que nunca mais vamos errar, novamente. Mas teremos um coração preparado, para amar, e transformado pelo amor de Deus.

Vamos examinar As Escrituras em 1 João 4:17-21:
“Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, nós somos neste mundo.
No amor não existe medo; antes o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
Nos amamos porque ele nos amou primeiro.
Se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão”.

A lição do amor é a mais importante, como vimos.

Para amarmos a Deus é necessário conhecê-lo. E para conhecê-lo é necessário conhecer-nos, pois Deus é o oposto de nós.

Vou explicar melhor:
Cada vez que conhecemos mais a Deus, conhecemos também a nos mesmos, pois Deus é luz. E diante da luz todas as obras são reveladas. Isso explica porque quanto mais consagrados e dedicados a Deus ficamos, mais temos noção dos nossos pecados.
Porque diante de Deus as nossas verdadeiras intenções são reveladas. Os nossos desejos, o nosso caráter, tudo isso se torna claro como o dia, diante da presença de Deus. E nem sempre gostamos do que vemos. Geralmente nos decepcionamos conosco, e às vezes nos perguntamos: Como Deus pode me amar assim?

E quanto mais nos conhecemos, mais conhecemos a Deus, pela sua capacidade de nos amar mesmo estando nós nesta condição de pecadores. Mesmo sendo nós ainda tão diferente dEle.

Mas, aos olhos de Deus, creio que não somos tão ruins assim. Pois Deus olha-nos através do sangue purificador de Cristo. É a única maneira de ver-nos, sem que sejamos aniquilados pela Sua santidade.

A Bíblia diz que o amor de Deus está em Cristo Jesus. E que nada poderá nos separar desse amor. É o mesmo amor que Cristo mostrou a Pedro, naquele momento.

Cristo perguntava a Pedro se ele o amava. Com isso demonstrou que amava a Pedro apesar de tudo, e que a única coisa que importava para Ele, era se Pedro o amava verdadeiramente.
E perguntou por três vezes para que Pedro, pudesse sentir que as três vezes que O negou, estavam sendo redimidas, pela manifestação do amor de Deus, e pela confissão de amor de Pedro.

Lembro-me agora de 1 Pedro 4:8 que diz: "Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados".
Vejo que era exatamente isso que Cristo estava ensinando a Pedro naquele momento. E que nos ensina quando nos encontramos nesta situação. Que amar é fundamental para que permaneçamos nele, e sejamos aperfeiçoados para o dia em que será manifesto a plenitude do que haveremos de ser.

"Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele tem sido verdadeiramente aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou"; ou seja em amor.(1 João 1:5,6)

Já não é importante se, às vezes, o pecado tem se mostrado forte em nós, e acabamos pecando e entrando no dilema de Paulo,(Rom. 7).

Prova disso está na Epístola de João, no verso 1 e 2, do segundo capítulo onde está escrito: “Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

Se você fechar os olhos nesse momento, e pensar nisso, e pensar no amor de Deus, será que pode ouvir Cristo perguntando a você, se o ama? Pare. Pense nisso. Eleve seu coração a Deus nesse momento. E ouça o Mestre chamar o teu nome, e fazer-lhe as três perguntas mais importantes da sua vida. Aproveite esse tempo, e chore, se derrame na presença do Senhor, e deixe que Ele derrame sobre ti o bálsamo, do perdão.

By Presbítero Fabrício Canalis

O amor restaurador


"Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros." João, 21: 15

Me preocupa muito o fato de que, quando cometemos algum pecado, o “acusador” nos vem encher a cabeça com coisas que nos ferem muito e que quase nos faz desistir.
É claro que Deus está atento para isso. Mas, às vezes passamos tempo demais parados nos lamentando, nos culpando, e nos sentindo “a pior das criaturas”; quando Deus está pronto para nos colocar de pé, para trabalhar. Há pessoas que ficam anos, nesta condição.

Aconteceu, quando pastoreava uma congregação no estado do Paraná, que uma irmã chegou a mim para aconselhamento. E no decorrer da conversa ela me confessou que já há alguns anos não participava da santa ceia, por causa de um motivo tão fútil, (pelo menos para mim).

Depois de orarmos, fomos para a Palavra de Deus. E Deus operou grandemente naquela vida. Pois Deus já a tinha perdoado há muito tempo. E creio que sofria vendo sua filha se culpar e sofrer daquela maneira, por algo tão tolo. Depois desse tempo juntos, conversando e orando, Deus restaurou essa mulher, que parecia outra pessoa. E eu via com que alegria ela voltara a participar da Ceia do Senhor.

É claro que nos sentimos culpados e tristes ao pecar. Mas isso não pode nos abater ao ponto de não conseguirmos seguir em frente em nossa caminhada com Jesus. Pelo contrário, isso deve servir para que sintamos cada vez mais, que somos totalmente dependentes de Deus, do amor de Deus, e de um Deus de amor.

Deus está sempre pronto a perdoar um coração sinceramente arrependido, que clama a Ele.

No texto, João 21:15-19, vemos Jesus Cristo perguntando a Pedro, por quantas vezes ele o negou, se ele O amava.

Esse foi um momento de cura na vida de Pedro. Imaginem um homem conhecido por seu temperamento forte, que andou com Jesus, e bebeu da água da sabedoria que Ele dava a todos os discípulos. Um homem que foi avisado pelo Mestre que O trairia, antes que o galo cantasse, por três vezes. E que a isso respondeu mais do que depressa: “por ti darei a própria vida”,(João 13:37b).

Imaginem também um homem que, ao tentarem prender Jesus, sacou a espada e cortou a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, na ânsia de defender seu Mestre.

Agora imaginem, esse homem corajoso e valente, andando e acompanhando de longe seu mestre.
A valentia agora dava lugar ao medo de ser reconhecido como um dos que andava com Jesus.

Quantas vezes isso acontece conosco em nosso dia a dia?
Por quantas vezes, num momento desejamos ser fiéis por toda a vida, e logo depois estamos com medo de sermos reconhecidos como um dos que seguem a Cristo?

Quantas vezes deixamos que o fogo do Espírito diminua em nós, e nos aquentamos na fogueira do inimigo de nossas almas? Bem como Pedro fez.
E aí novamente vem o “acusador” que, pode ter todos os defeitos, mas uma coisa é certa; é muito competente no quesito, “acusar”.

Deus quer usar até mesmo nossos próprios erros, para que aprendamos com eles.

Li certa vez, que Deus usa nossos próprios erros em nós, como o jardineiro usa o esterco na planta, para que ela possa crescer de uma forma saudável.

Mas, isso quando deixamos de dar ouvidos ao acusador e deixamos o bálsamo do perdão de Deus, banhar nossa vida, e o Seu amor nos inundar, fazendo-nos sentir quão importantes e amados somos por Ele.

Talvez seja hora agora de parar, e pensar um pouco em sua vida com Deus. Se até agora você se sentiu tocado, pare e fale com Deus.

By Presbítero Fabrício Canalis

Senhor, salva-me!


"Mas, Jesus imediatamente lhes falou: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!
Respondeu-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas.
E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus.
Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!
E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?
Subindo ambos para o barco, cessou o vento.
E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: verdadeiramente és Filho de Deus!" Mateus, 14: 27-33


Jesus tendo falado à multidão mandou que os discípulos navegassem para o outro lado do mar, enquanto despedia a multidão. Feito isso, Cristo subiu ao monte para orar em particular. Tendo falado com o Pai, e já era de tardezinha, foi ao encontro dos discípulos no barco.

O barco já se encontrava no meio do mar, e era açoitado pelas ondas por que o vento era contrário. E já era noite quando Cristo chegou ao barco e o fez andando sobre as ondas.
Os discípulos vendo-o andar sobre o mar, ficaram assustados, e começaram a gritar: É um fantasma! Gritaram com medo mesmo. E Jesus imediatamente lhes diz: “Tende bom ânimo, não temais! Sou eu.”
Foi aí que Pedro então pediu a prova se era realmente o Mestre.
Pedro tem a coragem de descer do barco e enfrentar as ondas.

Hoje em dia não são muitas as pessoas que tem a coragem de estar nas mãos de Jesus dessa maneira. A ponto de, como Pedro, correr risco de vida para estar junto com Mestre e dele conhecer mais e mais.
Será que teríamos coragem de entregar a ele os nossos negócios, nossa família, até mesmo nossa vida?
Será que estamos dispostos a andar sobre as águas, para conhecer mais de Jesus? Sim porque é nas tempestades da vida, nas dificuldades do dia a dia, que o Senhor se revela a nós.
Será que temos a mesma vontade, aventureira, de conhecer mais de Jesus?

Observemos que o vento forte e as ondas conseguem pôr medo em Pedro, e desviar seu olhar de Cristo.

Esse é um exemplo típico do que acontece conosco diante de problemas que parecem não ter solução.
Quando tudo vai bem em casa, no colégio, no trabalho, no ministério, e estamos olhando para Cristo, beleza!

Mas, quando as coisas parecem ir de mal a pior, as tribulações chegam, e nem reconhecemos, ou vemos, ou sentimos o Senhor conosco, desviamos nossos olhos de Jesus e começamos a afundar. Afundamos em meio a tanta água, tantos problemas, tantas dificuldades.

Pedro naquele momento clama: Salva-me! Ele não se desviou do Senhor a ponto de esquecer que ele poderia e iria ajudá-lo.
Às vezes, é bem aí que erramos. Esquecemos de clamar a ele. Então nos enveredamos por caminhos desconhecidos, amargando derrotas e frustrações, que nos levam cada vez mais para o fundo.

Algumas pessoas e até mesmo crentes que conheci pelo mundo a fora, tiveram a insensatez de tanto desespero, procurar "curandeiros", ou então aquela "benzedeira que é uma benção!" Tem gente até que pede para fazerem um despachinho aqui outro ali. E acaba ficando sem saúde, sem paz, sem liberdade e sem dinheiro. Pois a galinhas mais caras que existem, são as usadas para fazer despacho. O mesmo acontece com as velas, etc. Bastam dois ou três despachinhos para que a conta no banco fique devedora, (se ainda restar conta).

Pedro não foi longe com sua própria força e antes que acontecesse o pior, clamou ao Senhor.
Jesus imediatamente tocando-o, o salvou.
Se Jesus está pronto a nos socorrer, por que demoramos tanto, algumas vezes, para pedir sua ajuda?
Pois da mesma maneira que Jesus fez com Pedro, ele imediatamente nos dá a mão e nos ajuda, nos pondo a salvo.

É certo que o inimigo fica ao nosso derredor, (ou melhor, dentro de nós mesmos, pois somos tentados por nossa própria concupiscência,) procurando uma oportunidade para nos tragar. Esperando que desviemos nosso olhar do Senhor. Mas também é certo que ao povo que clama por Jesus e por sua salvação se tornando povo de Deus, nunca poderá ser tocado pelo inimigo.

Nem as águas nos submergirão, nem o fogo nos consumirá. E, além disso, caminharemos por sobre as ondas e passaremos pelas fornalhas, clamando, glorificando e exaltando o nome do Senhor Jesus que vive para sempre! E que pode nos salvar da morte eterna.

Como fez Jesus com Pedro por haver clamado, fará também conosco e com todo o seu povo que clama e crê na sua salvação! Na salvação de Cristo.
Senhor, salva-nos!

By Presbítero Fabrício Canalis

Jesus veio para os oprimidos pelo pecado.


"...o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos, e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram, e a por sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, veste de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para Sua glória". Isaías, 61;1-3

Sinceramente fico pensando, às vezes. Se Deus sabia de todos os meus erros, pecados, e defeitos, porque ele mesmo assim me escolheu?

Por que será que escolheu a Pedro? Será que Ele não sabia que Pedro iria negá-lo, quando o escolheu?

Ora parece-me bem claro que Cristo sabia, mas isso não fazia e nem faz a menor diferença. Pois esse problema de pecado, já está resolvido em Cristo. E Cristo sempre soube que havia encarnado, para trazer o Reino à terra, para implantar o Reino na terra.

Jesus veio mesmo atrás, é de pecadores. E encontrou um mundo cheio deles.
O que mais me impressiona é que Deus ama os pecadores. Efésios 2:4 e 5 diz:
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos nos deu vida juntamente com Cristo,- pela graça sois salvos”.
E Romanos 5:8; “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

Deus para manifestar o seu amor obrigatoriamente deveria amar algo diferente de si próprio. Pois amar ao “amigo é fácil, até os gentios fazem o mesmo”, e o que Deus fez foi provar-nos a sua capacidade de amar, amando alguém totalmente diferente de si próprio; o homem.

E pior ainda de entender, Ele se fez homem, para morrer no lugar do pecador e pagar o preço para tornar-nos possível, ser novamente, escatologicamente falando, imagem e semelhança de Deus.

“Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”.
Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora.
E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.
Porque na esperança fomos salvos. Ora esperança que se vê, não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?
Mas se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.”(Romanos 8:20-25)

É tão simples o fato de que não é necessário nada mais para sermos salvos, além de entender crendo, o sacrifício de Cristo.

Não estou defendendo que devemos pecar para sermos amados por Deus. Paulo nos adverte sobre isso em Romanos 6:1,2:
“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
De modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?”

Com esses textos entendemos que teremos que enfrentar essa “tensão” até a manifestação daquele que é perfeito, quando então seremos iguais a ele. Como nos diz 1 João 3:2; “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é”.

Paulo tipifica muito bem essa “tensão”, em Romanos capítulo 7. Os versos 22 a 24 nos diz: “Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas, vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”

Isso é o que sentimos, quando na caminhada com Cristo. É essa tensão, que tanto nos incomoda.
Portanto Deus sabe muito bem, da nossa condição de pecadores.
Agora temos que entender que somos criaturas de Deus e que é opção dEle nos amar e nos escolher para sermos dEle para sempre.

“...Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas para envergonhar as fortes...;a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”.(1 Coríntios 1:27-29)

“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros...” (João 15:16)

Presbítero Fabricio Canalis

Santificados para estar no mundo


“Eles não são do mundo como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade”. João, 17: 16-19

Se não somos do mundo, como Cristo também não é, então estamos no caminho certo, mas permanecemos aqui. E precisamos de santificação, de luz para resplandecermos, precisamos da verdade. E Cristo diz que a palavra de Deus é a verdade. A única coisa que temos que é a palavra de Deus, ou que expressa a vontade de Deus para nós, é a Bíblia.

E para sermos santificados na palavra de Deus é necessário que a saibamos e que estejamos de acordo com ela, que é a verdade. Por isso, temos que ler a Bíblia, orar, e desenvolver uma amizade, um relacionamento com Deus de tal forma que Ele possa ter liberdade total para nos moldar, ensinar, lapidar mesmo, como Ele desejar. Assim poderemos estar mais bem preparados para ficarmos aqui nesse período de trabalho para o Reino. Afinal o próprio Cristo disse que nos enviou ao mundo, da mesma maneira que Deus o enviou.

Essa afirmação implica em algo mais sério ainda. De que forma Deus enviou Cristo? Vamos pensar um pouco nisso?

Cristo veio para ser o Libertador, o Redentor do povo de Deus. Mas acontece que Deus o enviou com uma cosmovisão muito diferente, ou seja, Cristo via as coisas sob a ótica de Deus. Pois o povo esperava um rei e um libertador; guerreiro, político, como nos tempos de Gideão. Mas, Deus o enviou para implantar um reino de justiça e de graça, com um olhar cheio de amor, libertando o povo das garras e da escravidão do pecado. Com valores diferentes, valores que traziam os pobres, os oprimidos, os marginalizados, os perdidos, em posição preferencial para a manifestação do Reino de Deus, que se inaugurava naquele momento em que Cristo encarnava (e o verbo se fez carne e habitou entre nós), como filho de Maria.

Cristo não foi enviado com pompas, mas com simplicidade de uma pomba. Não julgando nem quando para isso era tentado. Veja o exemplo da mulher pega em flagrante de adultério. Jesus pergunta onde estão os teus acusadores, ao que ela responde que todos haviam ido embora e que ninguém a condenara. Lembram-se do que Cristo respondeu? Ele disse: Nem eu te condeno! Por quê?

Em João 3:17 está escrito: " E Deus não enviou seu Filho ao mundo, para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".

Seria muito saudável para o crescimento do Reino, se parássemos com essa mania de julgar as pessoas, e ao invés disso, agir com amor e misericórdia como aliás, Jesus nos ensinou com tantos exemplos até mesmo para com cada um de nós.

Deus enviou Cristo ao mundo para trazer a verdade, para manifestar o Reino com poder. Cada vez que Jesus fazia algum milagre, ele simplesmente estava comprovando com ações e fatos, que o Reino estava sendo instaurado. Quando matava a fome do povo estava mostrando que o Reino de Deus é um reino de poder, graça, e sobretudo de amor. E se somos parte desse reino, temos que entender isso, e também praticar isso. Como? Amando ao próximo como Jesus fez.

Cristo manifestava o Reino com uma autoridade tremenda que vinha do Pai. E assim fomos também enviados por Cristo.
Vejamos Mateus 28:18-20 “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

Você crê que esse envio é para você, e é para mim, hoje em dia?

Então tomemos posse dessa autoridade e mãos à obra.

E cumprir esse "ide", é muito mais do que simplesmente falar da boa nova, é fazer discípulos.
É ensinar as pessoas, os novos convertidos a guardar os ensinamentos de Jesus. Isso implica em dar testemunho de vida. Dar exemplo, ensinar com nossos atos e nossa vida diária. O que é muito difícil hoje, pois os cristãos estão muito ocupados cuidando e vigiando da vida dos outros, e apontando os erros alheios, que já não têm tempo para as coisas “de menor importância” como: exercitar a misericórdia, compaixão e fazer novos discípulos de Cristo.

Não quero dizer que dar testemunho diário e exemplo, é viver sem nunca errar, sem nunca passar um cheque sem fundo, ou até mesmo sem nunca adulterar.
É simplesmente estar nas mãos do Senhor atento à sua vontade, ao seu Santo Espírito. E reconhecer quando errar, pedindo perdão e ressarcindo aos prejudicados pelos seus danos. Assumindo as conseqüências dos seus atos e se responsabilizando.

Um exemplo de bom testemunho é o de Zaqueu, que prometeu restituir quatro vezes mais a todos que tinha lesado.
É não ser hipócrita, acusador, cego, e juiz, como Jesus detestava. Vamos verificar isso na Bíblia. Mateus 7: 1 a 5;
“Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o critério que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão”.

Quero também deixar claro que não defendo cristão caloteiro, e adúltero, mas Cristo é quem deve julgar isso e não eu, ou você. O máximo que podemos fazer é, com amor e misericórdia, exortar uns aos outros visando à correção.

O que faríamos a Davi quando cometeu adultério e logo depois assassinato?
E por favor não me venha com essa conversa de que era plano de Deus. Davi revelou-se um tremendo pecador quando cometeu adultério e homicídio. E errou de novo tentando esconder seu erro, cometendo outros. Mas maior testemunho deu Davi, quando se apercebeu do que tinha feito e diante de todos se prostrou aos pés do profeta Samuel confessando seu pecado a Deus. Nesse momento o rei se humilha diante de todos, e reconhece o seu pecado, e pede perdão a Deus. O profeta lhe responde como boca de Deus, que Ele já o havia perdoado.

Deus sabe que não vamos viver aqui sem cometer nenhum erro. E Ele não se importa com isso pois é poderoso para perdoar, e amar-nos apesar de pecadores. Mas, o que Deus quer é sinceridade. Um coração sincero, como o de Davi, que depois de tudo o que aprontou, ainda é conhecido como “o homem segundo o coração de Deus”. E como já foi dito: “Davi foi um homem segundo o coração de Deus, apesar de Davi, por causa daquilo que Deus é.”

By Presbítero Fabrício Canalis

O cristão no mundo


“É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus;
Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós". João, 17: 9, 11


Vemos claramente Jesus Cristo dizendo, ou melhor, orando ao Pai. Ele diz que não pediria mais pelo mundo. Mas por quê? Será que Cristo depois de andar por aqui perdeu a esperança? Será que estava tão magoado por não ter sido reconhecido e aceito pelo mundo que desistiu de rogar por ele ao Pai?

Tenho a certeza de que Cristo não rogaria mais ao Pai pelo mundo, porque o mundo agora tinha alguns milhares de cristãos, que deveriam não só rogar ao Pai, mas também levar o resplendor da luz de Cristo a todos os cantos onde houver uma criatura a ser alcançada pela graça de Deus.

Mas Cristo disse que rogaria pelos que são seus. Ou seja os cristãos de todas as épocas. Mas por quê?
Talvez porque Cristo sabia que iriam se acomodar, e que fariam diferença, ou acepção de pessoas, para pregar o evangelho.

Será que Cristo sabia que os homens e mulheres que o seguiram e com ele aprenderam, mesmo tendo vivido com o mestre, ainda assim seriam capazes de negá-lo diante do perigo, de perseguir outros cristãos e até matá-los só porque pensavam diferente ante a ganância, ou alguns detalhes e doutrinas de homens?

Creio que Cristo continuaria a rogar pelos que Deus deu a ele por esses e outros motivos, e com certeza uma coisa que deve fazer parte das conversas entre Cristo e Deus é o costume dos cristãos de julgar e criticar uns aos outros, ao invés de trabalhar pelo Reino.
Me sinto melhor sabendo que Cristo roga ao Pai por todos esses motivos e ainda coisas que nem sabemos.

À igreja cabe o papel de pregar o evangelho a toda criatura. E pregar não é simplesmente falar até se transformar em um cara chato que ninguém mais convida para sua casa. É viver o evangelho de modo que toda a criatura possa ser beneficiaria de bênçãos através de nossa vida. Existem pessoas que não querem saber de Cristo, mas que aceitariam um prato de comida ou um cobertor, de um cristão
Eu creio que Cristo continua rogando ao Pai por mim e por você. Para que não desistamos quando somos tentados e acabamos sucumbindo diante de tão deliciosa, pecaminosa, e desastrosa concupiscência da carne.

Lembro-me de Paulo o apóstolo de Cristo, quando disse: "miserável homem que sou", pois batalhava contra os desejos do pecado, e algumas vezes perdia, reconhecendo que era impotente diante do pecado que nele habitava. Mas Paulo sabia que Cristo estaria rogando ao Pai por ele, e que por isso Deus estaria colocando-o de pé novamente para trabalhar.

E nesta hora é bom entendermos de vez que: Deus zela por nós, e que nunca desistirá de nós, porque somos dEle. Somos de Deus e nada e nem ninguém jamais poderá mudar essa verdade. “Nem anjos, nem potestades, nem altura, nem profundidade, nem demônios, nem espada, ou a morte, poderá nos separar do amor de DEUS,” e nada poderá nos arrebatar da sua mão. POIS SOMOS DE DEUS!

Jesus menciona na sua oração também que iria para o Pai mas que nós continuaríamos no mundo. Ora isso é óbvio! Continuaríamos no mundo! E já vimos por que. Mas além disso Ele diz, “para que eles sejam um”.

Isso me faz pensar!

Realmente penso se temos sido um. Penso se tem acontecido essa unidade nas igrejas, e fora delas no dia-a-dia dos cristãos. Infelizmente não tenho visto unidade. Não nos padrões bíblicos.
Vejamos Atos 4:32
“Da multidão dos que creram era só um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo porém lhes era comum.”

Esse é o exemplo bíblico de unidade. Não só, o fato de reunir-nos num lugar e dizer que estamos lá em nome de Jesus. Ora se fossemos um, sentiríamos as dores uns dos outros, nos alegraríamos juntos, sofreríamos juntos, compartilharíamos nossas tristezas, mas também, o sabor de cada conquista. Talvez chorássemos ao ver as desgraças que acontecem com criaturas de Deus em toda a parte, pois saberíamos o que significa possuir o “fôlego da vida”.

Existem pessoas que se consultadas dizem que temos sido um como Cristo disse. Mas Ele disse: “para que sejam um, assim como nós”. Até hoje não fiquei sabendo que Cristo passou necessidade de algo que o Pai não tenha suprido. Inclusive a Bíblia diz que Deus criou todas as coisas por intermédio de Jesus e para Jesus. E até mesmo nós fomos dados pelo Pai a Jesus Cristo que nos entregou nas mãos de Deus novamente, antes de subir ao céu, até que do Pai, Jesus, nos enviasse outro Consolador.

É tão difícil entender que Deus nos amou antes de sermos salvos. Antes de sequer sabermos que Ele existia, já havia pensado em uma forma de nos redimir da condenação eterna.

Paulo, diz que em Cristo não há judeu, nem grego, nem servo ou escravo. Será que entendemos isso? Se entendemos mesmo, temos praticado isso? Não! Acho que não! Deixando a hipocrisia de lado, digo que ainda não!

Ainda há muitas coisas que nos impedem de viver essa união, essa unidade que Cristo deseja tanto para nós. E o legalismo e a hipocrisia são exemplos!

Vejo que Cristo tem como intercessor nosso junto a Deus, muito trabalho ainda.
E se pararmos para orar e conhecer um pouco mais de Deus e sua vontade para nós, já seria de grande ajuda.

By Presbítero Fabrício Canalis

Estar no mundo, sem pertencer a ele.


"Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu também não sou. Não peço que os tires do mundo; e, sim, que os guardes do mal." João, 17: 14,15


Cristo aqui nos coloca frente a frente com um “inimigo”: o sistema corrompido do mundo caído.

Entendo essa passagem como se Cristo dissesse:
Pai! Não peço que os livre das provações, mas de sucumbirem nas provações.
Ou: não peço que os tire da fornalha, mas os proteja de serem queimados. Ou ainda: não peço que os livre da cova dos leões famintos, mas que feche a boca dos tais para que nada de mal sofram os teus filhos.

Estar num mundo que nos odeia, é como estar preso numa cova com leões famintos, prontos para nos devorar. É como estar numa fornalha, cercado por fogo ardendo de desejo por consumir nossa carne. E o melhor de tudo isso, sem que nada nem ninguém, possa nos ferir sem a permissão do Senhor de todas as coisas.

Já vivemos num sistema mundano hostil. Cheio de conseqüências do pecado, como: morte, doenças, fome, guerras, pobreza, mentira, homicídios, corrupção, e todos os males que vêm de dentro do coração do próprio homem, conforme disse o próprio Jesus.

Como não bastasse isso, o mundo, ou seja, todo esse sistema que funciona com idéias e parâmetros corrompidos pelo pecado, nos odeia porque já não pertencemos e não compactuamos mais com ele. E afirmar isso implica em compreender que nossas idéias, atos, vontades, nosso viver, e nós mesmos somos transformados a cada dia pelo Senhor.

E que “A carne milita contra o Espírito e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que porventura seja do vosso querer”, como está escrito na epístola de Paulo aos Gálatas, no verso 17 do capítulo 5.

Essa tensão é verdadeira e nos acompanhará até a consumação total da “Basiléia tou Theou”, ou seja do Reino de Deus. Quando então estaremos livres definitivamente da influência pecaminosa de satanás.
Enquanto isso estamos aqui no mundo mesmo que é o lugar mais certo para um cristão verdadeiro estar. Como a conclusão a qual chegou o próprio Cristo, não pedindo a Deus que nos tirasse do mundo, porque aqui é o nosso lugar, mas que nos guardasse do mal.

Mas por que afirmo que aqui no mundo é o lugar certo para um cristão estar?

Ora, onde mais um cristão poderia pregar a boa nova? Onde poderia desfazer as obras do diabo, com o poder e a autoridade que Cristo deu? Onde é que se põe a lâmpada, embaixo do alqueire?

Você pode dizer: isso é desculpa para escandalizar os irmãos, ou desculpa para ir em "certos lugares" e praticar "certas coisas". Mas gostaria de te dizer que:

Não haverá escândalo se considerarmos que:
Cristo escandalizou quando conversou com a mulher samaritana, sozinho na beira do poço de Jacó;
Quando permitiu que a prostituta Maria Madalena tocasse nEle, lavando o seus pés e beijando-os;
Quando entrou na casa de Zaqueu, comeu e bebeu com publicanos e cobradores de impostos;
Quando na festa de casamento transformou seis talhas de água em aproximadamente 500 litros de vinho da melhor qualidade;
Quando disse ao ladrão na cruz que ainda naquele dia estaria com Ele no paraíso, sendo que ainda não havia sido o ladrão, batizado e freqüentado nenhuma igreja evangélica.

Aí você pode me dizer: mas Ele era Deus, Ele podia.
Então eu digo que Isaías escandalizou andando três anos nu.
E que Oséias escandalizou casando-se com uma prostituta.
E você pode replicar dizendo que isso era plano de Deus.
E eu direi que o estar no mundo hoje e continuar até a volta de Cristo, é plano de Deus para mim, e para todo o cristão verdadeiro que está a serviço do Reino.
Que estaremos seguindo o exemplo de Cristo se procedermos dessa maneira.

Por isso é melhor pensar muito antes de falar em sair do mundo, em não estar mais no mundo, pois não pertencemos ao mundo mas devemos estar no mundo pois há ainda muitas vidas para serem salvas. E pregar a salvação em Cristo é exclusividade de cristão, pois o pregar foi negado aos anjos.

Quero dizer também que:
Qual é a vantagem de ser cristão no céu? Qual a vantagem de ser poderoso no céu? Qual a utilidade dos dons espirituais para um cristão no céu? Nenhuma! Nenhuma mesmo!

O céu, ou a Nova Jerusalém, é para os filhos de Deus. O mundo é o lugar para os cristãos, pregando a salvação em Cristo, conseguirem mais vidas, mais filhos de Deus, mais cidadãos celestiais. O mundo possui a matéria prima para a formação de filhos de Deus: seres humanos.

Também não precisamos usar desculpas de pregar o evangelho em uma boate para ter uma noite de farra. E não precisamos de desculpas ou justificativa nenhuma para pecar. Nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos justamente porque somos pecadores. E isto é um fato. E o melhor de tudo isso, Cristo veio e deu sua vida por quem senão pelos pecadores?

Se pecamos é porque somos pecadores ainda. Se somos pecadores ainda, glória a Deus, é sinal que continuamos precisando desesperadamente de Cristo para nossa salvação e nosso perdão.

E não foi pra isso que Cristo veio mesmo? Lucas 19:10 diz: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.

Segue abaixo um bom exemplo de oração:
Querido e amado Deus, ensina-nos a amar as pessoas que ainda não te conhecem e que ainda vivem segundo os padrões e sistema desse mundo corrompido, ao ponto de sentir-nos impelidos a pregar-lhes a salvação gratuita de Cristo. E que essa pregação não se dê apenas com palavras, nas com o gastar da própria vida nessa missão. Sem fazer-nos melhores do que eles, justamente por não o somos. E se há alguma diferença entre nós é porque tu já nos alcançastes com a tua misericórdia. O que deseja fazer com todos os teus. Em nome de Jesus, amém!

By Presbítero Fabrício Canalis

Deus ama ao pecador


“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.
Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes.
Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”. Lucas, 5: 4 a 8

Quando Pedro vê o que aconteceu quando confiou na palavra de Jesus, as redes vieram cheias de peixes, fica maravilhado e reconhece que Jesus é o Messias.
Sabendo disso, reconhece imediatamente sua condição de pecador miserável, diante da santidade do Senhor. Pedro reconhece a divindade de Cristo, e sua pequenez diante do Mestre.

Quando o coração sincero encontra-se com o divino, a auto-avaliação e o reconhecimento da infinita inferioridade humana diante de tal grandeza divina é imediata e inevitável.

E o que mais me impressiona é que o Senhor está sempre à procura. E Jesus veio mesmo para os pecadores. Para os que sabem que são miseráveis pecadores e precisam de salvação. Cristo veio buscar e salvar o pecador.

Pedro naquele momento experimenta algo maravilhoso na vida. O amor de Deus manifesto em Cristo Jesus.
Pedro reconhece publicamente que Jesus é o Messias. Que ele é santo. E sabendo que Jesus é o Messias temia pela sua vida, pois o pecado não subsiste diante da santidade de Deus. Mas Jesus dizendo a ele: não temas! Apaziguou seu coração.

Pensando nesta cena, vejo que hoje já não precisamos ver algo tremendo de Deus para o reconhecermos. Ao contrário, basta ver em pequenas coisas, em pequenos gestos de outras pessoas, e até mesmo na criação podemos ver a grandiosidade do amor de Deus para conosco. Para os corações sedentos de Deus, como o de Pedro, hoje é possível ver o amor e o cuidado divinos em toda e qualquer situação da vida cotidiana. Pois, o Espírito Santo hoje nos da sensibilidade e nos abre os olhos para ver o que Deus têm feito por nós.

E por outro lado, quando reconhecemos Deus, nos sentimos como Pedro. Miseráveis. Pecadores. Não merecedores de estar na Sua presença, nem de falar ou olhar para ele. Mas quem é merecedor? Quem é digno de Deus? Quem pode olhá-lo nos olhos e falar-lhe com intimidade?
Ao homem isso é impossível. Mas para Deus tudo é possível!

E o que me intriga é que Deus escolhe os pequenos, os marginalizados, os excluídos, os que sabem ser indignos de Deus, para manifestar seu amor. Por quê?
Porque o Reino de Deus é isso. Amor, inclusão de pessoas, é um reino fraternal, igualitário, comum a todos, sem dor, sem culpa, sem lagrimas de sofrimento ou tristeza.

E esse reino está para ser implantado aqui. Por isso manifestou seu amor aqui. E espera que também o façamos em seu nome. Nesta lição nos ensina a quem devemos procurar e como manifestar seu amor. Nos ensina que sua escolha preferencial é pelos pobres, miseráveis, sem condições próprias de salvação. Escolhe os esquecidos e deixados de lado, escolhe aos excluídos e marginalizados. Pois veio libertar o cativo. Veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Mas, Deus nos diz: Não temas.
Imagino como essa frase deve ter trazido paz ao coração de Pedro, assim como o saber que Ele está conosco até a consumação dos séculos nos traz segurança e paz.

Portanto, que Deus nos ajude e abra nossos olhos para que possamos ver também nas “pequenas” coisas do dia a dia, a santidade e a presença de Deus. E quando o virmos, e tivermos a consciência de nossa condição de pecadores, possamos ouvir dele: Não temas! E assim ter a segurança da presença do Senhor conosco dia após dia.

By Presbítero Fabricio Canalis

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem!


"Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem". Êxodo, 14:15


Sabemos que o povo de Deus estava cativo no Egito e clamava por um libertador. O Senhor ouviu o clamor desse povo, como está escrito em Atos 7:34 : “Tenho visto a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-los".
Foi justamente o que aconteceu. Mas o povo ainda estava meio descrente que conseguiria escapar das mãos do faraó. Tinha medo de morrer no deserto. Moisés era o homem responsável em resgatar o povo de Deus, e sofria muito com a descrença do povo e clamava a Deus pelo livramento do Senhor.
O povo temia a faraó que, por muitas vezes havia voltado atrás na sua palavra em deixar o povo de Deus partir.
E meditando no texto acima vemos que:

Moisés estava clamando a Deus.

Clamar é certo. Mas existe, tempo para clamar e tempo para agir em nome de Jesus. Vou explicar melhor.
Muitas vezes estamos clamando, clamando, e não estamos agindo quando temos que fazê-lo.
Muitas igrejas estão orando pedindo um avivamento, ou pedindo uma solução para o Brasil, ou então pedindo pela conversão de pessoas, cidades e país. Mas não levantam uma palha para pregar o evangelho. Não pregam, não vivem, e nem contribuem financeiramente para que outros o façam.

O povo desde aquela época estava acostumado a “ter tudo à mão”, tudo tinha que cair do céu. E ainda hoje essa “preguiça evangélica” continua. Mesmo sabendo que já desceu do céu aquele que nos daria e nos garantiria a vitória, a saber, Jesus.
Àqueles o Senhor havia garantido a vitória, mas ao povo ainda cabia marchar e seguir em frente.

Moisés se encontrava nessa situação. Tinha a vitória garantida por Deus, mas não tomava posse, continuava clamando. A hora de receber a benção havia chegado, Moisés e todo o povo estavam ainda chorando e clamando pela benção que o Senhor já havia dado.
O Senhor disse: por que clamas a mim? Dize ao povo que marche.
Foi como se Ele dissesse: Quer parar com essa choradeira e começar a andar para que as bênçãos aconteçam. Levante, ande, eu te guiarei. Mostrar-te-ei para onde deve ir, como irá, e com quem irá.

Às vezes vemos um grande problema à frente e clamamos a Deus para que nos responda, mas, ficamos parados esperando que o Senhor faça tudo.
Eu creio que Deus faz a parte que lhe cabe, mas a nossa, nós temos que fazer. Afinal hoje somos o corpo de Cristo e é por esse corpo que Cristo age na terra, nos capacitando por intermédio do seu Espírito.

Certa vez disse Winston Churchil: "Deus, é Deus do impossível, porque o possível você pode fazer".
Levantemos! Vamos à luta! Batalhemos mesmo! Com vontade! Assumamos a responsabilidade que nos cabe. Chega de esperar cair tudo do céu, pois na maioria das vezes somos a resposta de nossas próprias orações. Ou seja, o realizar do desejo manifesto por nós em oração, muitas vezes está em nossas mãos, enquanto corpo de Cristo.

O que acontece quando eles começam a caminhar?

O faraó, como eles temiam, foi atrás deles para trazê-los de volta cativos. Mas o Senhor fazia separação entre o seu povo e os inimigos. O Senhor estava numa nuvem guiando o seu povo pelo deserto. Esta nuvem era, para o povo de Deus, uma luz guia.
Mas, para os egípcios era nuvem escura, ou de escuridade, como diz a Bíblia. E estava entre os dois povos, não permitindo que se aproximassem, para que o povo de Deus não se ferisse. E o Senhor continuou impedindo que os povos se encontrassem, até que o seu povo estivesse a salvo do outro lado do mar.

Deus lhes deu o livramento. Deus fez com que eles atravessassem aqueles momentos de dificuldades sem um arranhão, ilesos, mas só obtiveram essa vitória porque estavam caminhando, e não parados.
Creio que maravilhas acontecem aos que estão dispostos a por a mão na massa. E as coisas começam a acontecer quando o povo se levanta e cumpre o ide. Mas enquanto a igreja permanecer somente clamando sem nada fazer, sem obras, sem fazer diferença neste mundo, tudo irá de mal a pior e por culpa ou inoperância dos próprios cristãos.

Temos que tomar uma decisão. E pôr nossos pés na estrada. Sem temor, pois, veremos o livramento do Senhor e dia após dia as suas maravilhas. Pois o Senhor ia e vai à frente do seu povo!

Notamos também que esse povo passou por um momento muito difícil. Pois além da dificuldade, também era noite quando atravessavam o mar.

Imaginem o povo sendo perseguido e se deparam com um mar imenso a sua frente, e ainda por cima já era noitinha. Estavam sem saída! Atrás os inimigos e à frente o mar. Nem com a claridade do dia, podiam contar.

E realmente, é quando estamos na escuridão do mundo que devemos fazer brilhar a luz de Cristo em nós.
Diante das dificuldades que o sistema corrompido mundano nos apresenta, tudo é treva, e escuridão.

Parece que não vemos uma luz no fim do túnel, mas ela tem de estar lá. E essa luz somos nós, a igreja! Deus está lá conosco. E nos manda que continuemos andando e confiando nele que Ele nos livrará.

Moisés, que era o líder deste povo, entendeu isso. Confiou em Deus, e Deus não o decepcionou. Mandou que Moisés estendesse a mão e o mar se abriu. O povo atravessou a pé enxuto aquele mar. Aleluia!
É assim, na escuridão da dificuldade que vemos o livramento do Senhor.

Deus livrou o seu povo como havia dito. Mas, é mister que caminhemos e trabalhemos.
Se ficarmos parados lamentando, clamando, chorando e pedindo em vez de começar a trabalhar e cuidar desse mundo e da criação estaremos derrotados e conosco toda a criação.

E o que o Senhor já têm nos dado, (a saber, a possibilidade de fazer deste um mundo melhor manifestando o Reino de Deus,) nunca receberemos.
Deus nos dá a vitória, mas, levantemo-nos, coloquemo-nos a caminho. Vamos à luta, encaremos os problemas de frente sabendo que somos vencedores em Cristo Jesus, que venceu todas as coisas!

Mesmo que tudo pareça escuro, que estamos sozinhos, lembremo-nos que Deus está conosco, e que Ele não nos desampara nunca.
Creiamos no Senhor e vamos à luta. Há um mundo todo esperando pela ação dos filhos de Deus.

By Presbítero Fabricio Canalis