domingo, 21 de setembro de 2008

Deus ama ao pecador


“Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.
Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes.
Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”. Lucas, 5: 4 a 8

Quando Pedro vê o que aconteceu quando confiou na palavra de Jesus, as redes vieram cheias de peixes, fica maravilhado e reconhece que Jesus é o Messias.
Sabendo disso, reconhece imediatamente sua condição de pecador miserável, diante da santidade do Senhor. Pedro reconhece a divindade de Cristo, e sua pequenez diante do Mestre.

Quando o coração sincero encontra-se com o divino, a auto-avaliação e o reconhecimento da infinita inferioridade humana diante de tal grandeza divina é imediata e inevitável.

E o que mais me impressiona é que o Senhor está sempre à procura. E Jesus veio mesmo para os pecadores. Para os que sabem que são miseráveis pecadores e precisam de salvação. Cristo veio buscar e salvar o pecador.

Pedro naquele momento experimenta algo maravilhoso na vida. O amor de Deus manifesto em Cristo Jesus.
Pedro reconhece publicamente que Jesus é o Messias. Que ele é santo. E sabendo que Jesus é o Messias temia pela sua vida, pois o pecado não subsiste diante da santidade de Deus. Mas Jesus dizendo a ele: não temas! Apaziguou seu coração.

Pensando nesta cena, vejo que hoje já não precisamos ver algo tremendo de Deus para o reconhecermos. Ao contrário, basta ver em pequenas coisas, em pequenos gestos de outras pessoas, e até mesmo na criação podemos ver a grandiosidade do amor de Deus para conosco. Para os corações sedentos de Deus, como o de Pedro, hoje é possível ver o amor e o cuidado divinos em toda e qualquer situação da vida cotidiana. Pois, o Espírito Santo hoje nos da sensibilidade e nos abre os olhos para ver o que Deus têm feito por nós.

E por outro lado, quando reconhecemos Deus, nos sentimos como Pedro. Miseráveis. Pecadores. Não merecedores de estar na Sua presença, nem de falar ou olhar para ele. Mas quem é merecedor? Quem é digno de Deus? Quem pode olhá-lo nos olhos e falar-lhe com intimidade?
Ao homem isso é impossível. Mas para Deus tudo é possível!

E o que me intriga é que Deus escolhe os pequenos, os marginalizados, os excluídos, os que sabem ser indignos de Deus, para manifestar seu amor. Por quê?
Porque o Reino de Deus é isso. Amor, inclusão de pessoas, é um reino fraternal, igualitário, comum a todos, sem dor, sem culpa, sem lagrimas de sofrimento ou tristeza.

E esse reino está para ser implantado aqui. Por isso manifestou seu amor aqui. E espera que também o façamos em seu nome. Nesta lição nos ensina a quem devemos procurar e como manifestar seu amor. Nos ensina que sua escolha preferencial é pelos pobres, miseráveis, sem condições próprias de salvação. Escolhe os esquecidos e deixados de lado, escolhe aos excluídos e marginalizados. Pois veio libertar o cativo. Veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Mas, Deus nos diz: Não temas.
Imagino como essa frase deve ter trazido paz ao coração de Pedro, assim como o saber que Ele está conosco até a consumação dos séculos nos traz segurança e paz.

Portanto, que Deus nos ajude e abra nossos olhos para que possamos ver também nas “pequenas” coisas do dia a dia, a santidade e a presença de Deus. E quando o virmos, e tivermos a consciência de nossa condição de pecadores, possamos ouvir dele: Não temas! E assim ter a segurança da presença do Senhor conosco dia após dia.

By Presbítero Fabricio Canalis

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