terça-feira, 14 de outubro de 2008

O trono da graça é de graça!








"Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." Hebreus, 4: 16


Antigamente havia um sacerdote que orava e intercedia pelo povo. E uma vez por ano ele entrava no santo dos santos, (amarrado com uma corda, pois, se caso estivesse em pecado a santidade de Deus o fulminaria e então seus servos puxariam o morto para fora do santo dos santos) para interceder pelos pecados do povo.

E também se costumava fazer sacrifício para que a ira de Deus fosse aplacada e os pecados fossem expiados ou encobertos.

Essa antiga função do sacerdote e os sacrifícios que deveriam ser feitos naquela época, não tem razão de ser hoje. Mas ainda assim muitas pessoas não se aperceberam disso.

Continuam crendo que precisam fazer algo para aplacar a ira de Deus e serem merecedores da sua graça (o que por sinal é uma grande incoerência, pois graça é dom imerecido).

Mas hoje temos uma novidade maravilhosa.
Temos um intercessor 24 horas por dia. Um sumo sacerdote que não dorme, não tira férias, não cobra nada, e não pede sacrifícios. Antes diz que: “Ide, pois, e aprendei o que significa: misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores”. (Mateus 9:13)

Isso deveria nos livrar de grandes e pesados fardos que nos fazem carregar.
À igreja pertence o papel de tirar esses fardos através da pregação “práxis” (que quer dizer na prática, na vivência do evangelho e não só com palavras) de um evangelho verdadeiro e sem distorções.

Mas o que vemos hoje é bem o contrário onde a própria igreja incentiva tais sacrifícios, correntes disso e daquilo, promovem a disseminação do uso de amuletos tais como: água do Jordão, lenço ungido, sabonete que lava pecado, areia de Jerusalém, lasquinha da cruz de Cristo, pedrinha do tumulo de Jesus, chegando ao cúmulo de pregar que se o pastor limpar o suor em um lenço ele poderá ser usado para curar enfermidades como o apostolo Paulo.

Parece incrível, mas é verdade! Tem pastores fazendo esse tipo de coisa.
Ou então fazem com que pessoas genuinamente sedentas entrem numa espécie de feitiçaria que a controla e que a faz querer controlar outras pessoas, levando para que o pastor e sua equipe unja com um “óleo santo” peças de roupa fazendo com que a pessoa se converta (a essa igreja e não ao evangelho de Cristo) ficando cada vez mais dependente de amuletos, sinais e consequentemente do pastor e da igreja.

Esses “pastores” e essas “pseudo-igrejas” são como pescadores pescando com redes em local de preservação na época da piracema.

Uma vez vi uma cena que chamou a atenção. Era um documentário sobre a piracema. Os repórteres colocaram o barco em uma posição estratégica e começaram a filmar os peixes subindo o rio para a desova.
Eles pulavam fora da água num esforço tremendo para vencer a correnteza e subir rio acima para poderem procriar. Mas no caminho estava o barco e muitos dos peixes que saltavam fora da água acabavam caindo dentro do barco. Tornando essa uma pesca incrivelmente covarde e fácil, portanto ilegal e combatida pelo governo e pela própria população que depende da pesca para sobreviver.
Portanto a Piracema torna-se uma época em que os peixes praticamente pulam direto do rio para dentro do barco. É isso que as igrejas estão fazendo hoje. Aproveitam-se da injustiça social, das carências, e da falta de conhecimento bíblico para praticar essa covardia sem tamanho com uma maldade que deixaria o próprio Diabo envergonhado e se sentindo um incompetente.
Quando o povo entenderá que a salvação é de graça?

Até quando pessoas serão enganadas e usadas por essas “pseudo-igrejas” e pessoas inescrupulosas?

Hoje temos um sacerdote para interceder por nós. Um sem pecado, e com autoridade para tal missão. Esse alguém é Jesus Cristo. O sumo sacerdote que pode se compadecer de nós, das nossas fraquezas, porque foi tentado em todas as coisas à nossa semelhança, mas, sem pecado.

Não é necessário um pastor, ou padre, nem ninguém para que você encontre graça diante de Deus. Você pode ir diretamente a Deus em oração sincera.

Os pastores e as igrejas deveriam ensinar isso. Libertando o povo e não prendendo ainda mais, agora nas garras de uma igreja que se aproveita da fragilidade das pessoas para sugar o pouco de vida que lhes resta. São vampiros modernos que escravizam e transformando-as em zumbis (e não me refiro ao grande mito e líder negro Zumbi dos Palmares, mas, sim como mortos-vivos) para poder sugar pela eternidade.

Por isso é de responsabilidade de cada um encontrar uma igreja que pregue a verdade. E nisso o Espírito Santo e a leitura das Escrituras podem ajudar. Só eles podem ajudar a encontrar um lugar onde o evangelho é pregado e vivido em verdade. Onde o pastor não seja como descreve o texto em Judas 1:12-13:
“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre”.
Ou então como estes que o Senhor se refere no texto em Mateus 7:22-23 que diz o seguinte: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Lembremo-nos que fomos advertidos quanto ao tempo em que sucederia tudo isso.
Não devemos nos afastar e condenar a Igreja de Cristo. Mas tomar cuidado para não cair em ciladas de falsos profetas.

A Bíblia nos ensina a reconhecer a igreja que prega a verdade e nos alerta: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mateus 7:15-16).

Por isso só podemos nos achegar a Jesus confiando, que ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que precisamos. Só a Jesus e mais ninguém. Ele abriu o caminho e acabou com os intercessores entre Deus e os humanos, fazendo-se ele mesmo nosso único intercessor.

Podemos chegar junto ao trono da graça, por intermédio de Jesus. A fim de receber o socorro em tempo oportuno.

O tempo oportuno é hoje. Não porque Deus nos dá um prazo para o aceitarmos e passado o prazo ele nos encerrará no inferno castigando-nos eternamente. Mas, porque nós precisamos dele hoje. Enquanto estivermos aqui neste mundo sujeitos a todas essas intempéries desta vida, sejam injustiças sócias, má distribuição de renda, corrupção, insegurança, fome, miséria, doença, falta de amor, crimes contra: a pessoa, patrimônio, natureza, ou criação como um todo.

O tempo oportuno é agora porque necessitamos agora. E não no futuro. Não podemos viver somente com os olhos no futuro, quando não temos o básico para o agora.

Com isso não quero ser imediatista. Mas, devemos saber que há coisas que podemos ter agora, hoje e que amanhã não adianta mais. Sem perder o foco do amanhã, pois poderemos e devemos fazê-lo melhor.

E a igreja de Deus é reconhecida justamente quando atua neste mundo com o objetivo de atenuar os sofrimentos não somente dos humanos, mas de toda a criação. Para tanto cito o texto em Mateus 7:17 a 20:
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis”.

Assim é possível reconhecer quando uma igreja prega e vive a verdade do evangelho. E isso é necessário na época em que vivemos, pois a Bíblia nos alerta em Judas 1:4 dizendo: “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.

Essa era uma preocupação de Paulo, que se transformou em alegria ao saber que os colossenses permaneciam na graça e cresciam em espírito na verdade do evangelho descrito no texto seguinte:
“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade” (Colossenses 1:3 a 6).

A graça de Deus é para hoje. E com ela vem a salvação, e a consciência da responsabilidade de continuar a obra de Cristo, não a humanidade somente, mas, para com toda a criação.
Hoje podemos nos achegar junto ao trono da graça.

E é de graça, pois o preço foi pago por Cristo na cruz.
Só há um modo de recebermos ajuda verdadeira, socorro verdadeiro e de graça; clamando a Deus, em nome de Jesus o Cristo.

A Bíblia diz em Jeremias 33:3, "Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes".

Está aí, portanto, a receita!

Em vez de perder tempo, e dinheiro, pedindo ajuda a quem não pode nos ajudar, invoquemos o nome do Deus. Ele pode todas as coisas, e a conta já está paga. Graças a Deus em Cristo Jesus!

By Presbítero Fabricio Canalis