terça-feira, 23 de junho de 2009

O diabo na tentação de Jesus

“A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães.

Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto. Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram.” (Mt. 4:1 a 11)

Bom, como diria Jack -o estripador- vamos por partes.


Vamos experimentar trocar a palavra diabo por: sua própria concupiscência. Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pela sua própria concupiscência. E depois de jejuar por um longo tempo, sua concupiscência estava a mil.


É como ir fazer compras em um supermercado morrendo de fome. Quem resiste em comprar as mais deliciosas guloseimas? Da vontade de comer tudo e de tudo. Pois é. Nessas condições Jesus começa a lutar com ele mesmo, ou, com sua própria concupiscência. E então vem a mente de Jesus: se sou o filho de Deus, o ser pelo qual Deus criou todas as coisas, posso ordenar a essas pedras que se transformem em pães e matarei minha fome.


Mas lembrou-se de que a humanidade não viveria eternamente só de pães. E Ele como palavra de Deus era mais importante para toda a humanidade sendo a palavra de Deus. E que por ela- a palavra- ele e toda a humanidade deveriam viver.

E essa vida sim seria eterna e gloriosa. Era um primeiro momento em que Jesus entregou o cuidado de sua vida a Deus. Deus deveria ser suficientemente poderoso para sustê-lo, e ele confiava, aceitava e assumia o plano perfeito de Deus para ele e para toda a humanidade. “Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.”



Então, sua própria concupiscência carnal o fez duvidar e pensar: se vou morrer aqui de fome por que não atenuar esse sofrimento logo de uma vez? Ou, se sou importante mesmo, se sou filho de Deus, posso atirar-me aqui de cima do pináculo do templo e nada de mal me sucederá “porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.”?


E nesse solilóquio angustiante percebe que sua vontade carnal o levaria a tentar o próprio Deus e pior se sucumbisse a carnalidade se tornaria o diabo (o tentador) de Deus.

Que esse ato o desviaria do propósito de Deus para ele e para a humanidade. E então faria parte e contribuiria para a injustiça desse mundo, condenando de uma vez por todas a humanidade e toda a criação a uma vida de cobiça e maldade eternas.

Já pensou se o mundo fosse como é hoje por toda eternidade? Sem nenhuma esperança de justiça, de melhora, de redenção? “Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.”


E Jesus foi levado por sua concupiscência carnal, a cobiça, a um monte muito alto, e viu todos os reinos do mundo e a glória deles e disse a si mesmo: Tudo isto pode ser meu. Basta me entregar a esse desejo e esquecer do propósito de Deus para minha vida e para a humanidade.

E em vez de obedecer a Deus, obedecerei a minha própria vontade. Jesus naquele momento não podia impedir que esses pensamentos aparecessem em sua mente, mas podia impedir de que ficassem e dominassem sobre ele.

Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, pensamento tentador, porque está escrito: Ao Senhor, meu Deus, pertence minha mente, minha alma e minha vida para adorá-lo, e só a ele me dedicarei e me consagrarei.


Com isto, venceu a concupiscência carnal que o deixou, e eis que vieram mensageiros de Deus e cuidaram de Jesus. Em Lucas 4:13 está escrito: “Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno.”


É bem mais cômodo para nós acreditar no diabo e em coisas espiritualizadas. Mas, é bem mais difícil encarar que o diabo somos nós mesmos em nossa concupiscência carnal que nos afasta de Deus e de seu propósito para nossa vida.


É mais fácil culpar um ser chamado diabo a combater a própria maldade. Ou assumir a própria responsabilidade sobre nossos erros.

By Fabrício Canalis+

Um comentário:

Bruno Jardim disse...

O que se deve creditar para Deus, o homem toma para si. E o que ele (o homem) deveria assumir para si, é creditado ao diabo ... sempre temos um bode expiatório !

Abraços

Christus Victor!