quinta-feira, 24 de setembro de 2009

À procura de Deus I

A grande sede e fome mundial não é de água e alimento respectivamente. Mas sim de Deus! Todos têm necessidade de encontrar Deus. Enquanto não acontece esse encontro o homem continua na busca incessante de Deus, muitas vezes de maneira e em lugares errados.

Explico: o consumismo tem acabado com as famílias, finanças, casas, empresas, amizades, moral, ética, caráter, natureza, criação. É uma necessidade de ter, de satisfazer a alma com algo que só Deus pode suprir. Essa é uma necessidade intrínseca do ser humano. Não há como negá-la ou saciá-la fora de Deus.


O contato com Deus nos traz a responsabilidade cósmica e o amor necessários para cuidarmos da criação. Afinal somos todos parte de Deus. Tudo o que foi criado tem o DNA de Deus. Somos todos irmãos. Mas essa consciência nos escapa quanto mais nos distanciamos de Dele. Como conseqüência dessa fome de Deus, os homens se matam e se deixam matar, destroem e se deixam destruir.


As crianças que morrem diariamente de fome e sede são vitimas dessa falta de alimento diário por parte dos que nada fazem para mudar essa realidade. Se falta alimento material a criação é porque homens não tem se alimentado de Deus. Como uma pessoa que está em contato com Deus pode ver seu semelhante padecendo necessidades e nada fazer para amenizá-la?


Não. A culpa não é dos que morrem de fome e sede, mas nossa. A culpa é daqueles que tem como ajudar e não o fazem. É dos que ficam orando e fazendo campanhas de oração para acabar com a fome mundial, mas não abrem a carteira para contribuir e não reciclam seu lixo, não economizam água e comida, não valorizam o que tem muito fácil em suas mãos e que milhares morrem diariamente por não ter o necessário.

A responsabilidade pelos que morrem é nossa. É do povo que vota em políticos que usam a falta de água no sertão para fins eleitoreiros, das centenas de ricos que exploram os milhões de pobres e miseráveis em sua própria terra natal tirando deles até o pouco que tem buscando saciar uma sede e fome que só Deus pode sanar.


O homem confunde a sua busca por Deus com a busca desenfreada pelo consumo. Esse é o pecado da gula muito em voga hoje. Gula no sentido literal da palavra (um excessivo desejo de comer) é um sinônimo para consumismo que significa descer pela garganta. Daí um alto índice de obesos que preocupa, mas o pior são os obesos de riquezas.

Essa fome de riqueza e consumo que nunca acaba. Geralmente o obeso é também gastador, consumista, guloso. A gula não é só por comida, mas pelo consumo dos bens e riquezas naturais como água, comida também obviamente, e a natureza em geral.

Consumimos as matas, o ar, os mananciais, os metais nobres como ouro, prata e as pedras preciosas, de maneira que parecem que eles jamais acabarão e a custa de quem quer que seja.
E quando vamos nos dar conta disso?

“Somente depois que a última arvore for cortada,
Somente depois que o ultimo rio for envenenado,
Somente depois que o ultimo peixe for fisgado,
Somente nesse momento vocês descobrirão que o dinheiro não pode ser comido.” (autor desconhecido)

A falta de responsabilidade para com a vida e o meio ambiente para se manter a vida é ao mesmo tempo a consequência e a raiz dos males da humanidade hoje.

Nas palavras do escritor do texto acima está a grande verdade que todos fazem questão de ignorar. O dinheiro não pode ser comido, nem as pedras preciosas, nem o ouro, nem o petróleo pode ser usado para matar a sede.

Quando não houver mais água potável e o meio ambiente não for mais propicio a vida humana e as florestas não nos oferecerem mais o oxigênio e a terra não nos der mais alimento, como viveremos?

A pior forma de ignorância é aquela que a pessoa faz questão de manter. E a não busca pelo saber pelo medo ou pela não querência da transformação que isso trará. É a escolha pela ignorância por não querer mudar sua cosmovisão e sua ação diante dos fatos. Mas ao contrário do que se pensa essa ignorância não nos isenta das conseqüências.


Hoje alguns padecem por causa dessa ignorância glutona e consumista, mas amanhã todos sofreremos tais conseqüências até os mais ricos, pois descobrirão que dinheiro e riquezas não se comem.


Enquanto isso percebermos que os alimentos estão ficando mais escassos e, portanto mais caros. O pão subiu quantos por cento desde a década passada? Antes da miséria total e do caos, o pão talvez custe o equivalente a um quilo de caviar e, portanto só o terá quem for muito rico.

Mas chegará o dia em que não haverá mais pão e nem por todo o dinheiro do mundo poderá ser comprado. E aí? É exagero esse exemplo do pão? Que tal pensar isso em relação à água potável, ao ar, a terra?


Continua...
By Presbítero Fabrício Canalis

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